O presidente Jair Bolsonaro comentou, nesta segunda-feira (6), os atritos entre o escritor Olavo de Carvalho e a ala militar do governo. A polêmica mais recente envolve ataques do guru do bolsonarismo ao ministro da Secretaria de Governo, general Santos Cruz. Ao ser questionado sobre o assunto, o presidente disse que orientou sua equipe a evitar discussões e tratar de questões "muito mais importantes” no país.
— De acordo com a origem do problema, a melhor resposta é ficar quieto. Essa é a orientação que tenho falado, porque temos coisas muito, muito mais importantes para discutir no Brasil — afirmou.
Admirado pelos filhos de Bolsonaro e por uma ala do governo, o ideólogo dispara críticas frequentes a integrantes das Forças Armadas. Para o presidente, os ministros estão no caminho certo, “fazendo o que é determinado”, e por isso não devem entrar em polêmicas.
— Aqueles que por ventura não têm o tato politico estão pagando preço junto à mídia — completou.
Nesta segunda, após uma série de mensagens ofensivas contra o ministro Santos Cruz, o ex-comandante do Exército rebateu as mensagens de Olavo de Carvalho. Um dos generais mais respeitados da corporação, Villas-Boas afirmou que o ideólogo é um "verdadeiro Trótski de direita, não compreende que substituindo uma ideologia por outra não contribui para a elaboração de uma base de pensamento que promova soluções concretas para os problemas do Brasil".
Questionado sobre essa declaração, Bolsonaro disse que respeita o general, mas que"não tem nada a ver" com ele. O presidente também negou que haja uma ala militar e outra de seguidores do ideólogo.
— É um time só — finalizou.
Indagado se está "está vendo" Santos Cruz "sofrer", o presidente disse que o ministro tem respaldo e que acompanha o caso.
— Estamos em uma guerra. Eles, melhores do que vocês, estão preparados para uma guerra — respondeu aos jornalistas.