A Justiça Eleitoral de São Lourenço do Sul condenou três pessoas em um processo por compra de votos em troca de lugar na fila do Sistema Único de Saúde (SUS). Altair Soares Fonseca, Sidenei Gehling e Martinho de Brum foram condenados pelos crimes de associação criminosa e corrupção eleitoral. As penas vão de três anos e um mês a três anos e dez meses.
O trio foi acusado pelo Ministério Público Eleitoral de fraudar a lista de atendimento do SUS, com o objetivo de obter votos para Fonseca, conhecido como “Caco do Posto”, que concorria a vereador. Caco acabou se elegendo, mas teve o mandato cassado.
Por meio de um esquema chamado de "Fura Fila”, os denunciados utilizavam vagas destinadas para terceiros (que não realizavam essas consultas) e obtinham a marcação de consulta diretamente de uma clínica em Porto Alegre, em prazo bem inferior ao dos demais pacientes do SUS.
“Os réus estavam ‘vendendo’ votos por agendamento de consultas e realização de exames médicos dentro do Sistema Único de Saúde, em plena organização criminosa para a prática do crime de corrupção eleitoral”, sustentou a juíza eleitoral Tamara Benetti Vizzotto na sua decisão.
O esquema foi revelado em reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, em 2016. Caco do Posto cobrava R$ 50 por lugar na fila. GaúchaZH ligou para o escritório do advogado André Schnorr Uarthe, que representa Martinho de Brum e Sidenei Gehling, mas ninguém atendeu. Ao portal G1, ele disse não ter tido acesso à decisão, mas afirmou que vai recorrer da condenação. A reportagem também tenta contato com o advogado Luizmar Roloff, que representa Altair Soares Fonseca.