Pelas redes sociais, o perfil oficial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) compartilhou cartas trocadas entre ele e o papa Francisco. A mensagem de Lula é datada de 5 de abril — embora o Papa em sua carta faça menção a 29 de março como a data da correspondência original —, enquanto a resposta do pontífice ocorreu no dia 3 de maio.
Na carta, Lula – que está há mais de um ano preso na sede da Polícia Federal em Curitiba –agradece o apoio que o Papa "vem demonstrado ao povo brasileiro, pela justiça e pela defesa dos pobres". O ex-presidente fala sobre estar preso e diz acreditar que irá provar a sua inocência.
"Tenho a consciência de que só estou preso porque os poderosos querem destruir toda a rede de proteção e cuidado que construímos para os excluídos, para que os bancos e poderosos tenham ainda mais lucros e acúmulos de riquezas", escreveu o petista.
O ex-presidente diz ainda que o amor pelo povo e a fé ainda o animam, mesmo passando pelas mortes de seus familiares, o que o faz "duvidar de tudo". No texto, escrito a mão, Lula também pede o apoio e a amizade do Papa.
Resposta de Francisco
Na resposta enviada ao ex-presidente, o Papa lamenta as "duras provas" que o ex-presidente vinha sofrendo – citando as mortes de dona Marisa, do irmão de Lula, Genival Inácio, e do neto dele, Arthur. O pontífice pede para que Lula não desanime e continue acreditando em Deus.
Além disso, o papa Francisco faz ainda considerações religiosas e acredita que a "o bem vencerá o mal". "Graças a Ele, podemos passar da escuridão para a Luz; das escravidões deste mundo para a liberdade da Terra prometida; do pecado que nos separa de Deus e dos irmãos para a amizade que nos une a Ele; da incredulidade e do desespero para a alegria serena e profunda de quem acredita que, no final, o bem vencerá o mal, a verdade vencerá a mentira e a Salvação vencerá a condenação", diz a carta.
Leia a íntegra das cartas: