O ex-presidente Michel Temer decidiu ficar em silêncio, sob orientação dos seus advogados, quando foi chamado para depor na tarde desta sexta-feira (22). A informação foi dada pela procuradora da República Fabiane Schneider em entrevista ao programa Gaúcha+.
— Por enquanto, não vai prestar depoimento. É direito dele, não é obrigado a falar, assim como os outros presos. Ele pode se resguardar o direito ao sigilo — afirmou Fabiane.
Entre os demais detidos na operação, apenas o ex-ministro Moreira Franco prestou depoimento.
— A gente acompanhou alguns depoimentos. Até o momento, somente Moreira Franco foi ouvido. Ele prestou depoimento, está finalizando. Os outros presos se negaram a falar, então devem retornar as suas unidades de imediato — declarou a procuradora.
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Nesta sexta-feira, também eram aguardados os depoimentos do amigo de Temer, o ex-coronel da Polícia Militar de São Paulo João Batista Lima Filho, a sua mulher, Maria Rita Fratezi, e os sócios da Argeplan Carlos Alberto Costa e Carlos Alberto Costa Filho. Nenhum deles falou à Polícia Federal.
O ex-presidente está preso na Superintendência da PF, no Rio. Na quinta-feira, Temer recebeu a visita do ex-ministro chefe da secretaria de governo da presidência da República Carlos Marun. Na saída do encontro, ele disse que o ex-presidente está triste e como conhecedor de Direito considera a prisão improcedente.
— O presidente é um homem que tem conhecimento jurídico, conhece o Direito e sabe da absoluta improcedência, irrazoabilidade e ilegalidade da decisão judicial que determinou esta prisão preventiva — disse.
Segundo Marun, embora triste, ex-presidente mantém a confiança na Justiça, aguardando que a situação se reverta "o mais rapidamente possível".
O desembargador Antônio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), pediu nesta sexta-feira que o juiz da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, Marcelo Bretas, esclareça em até 24 horas se mantém as prisões preventivas do ex-presidente da república Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco.
No despacho proferido na tarde desta sexta-feira (22), o magistrado também determina inclusão do processo na pauta de julgamento da próxima quarta-feira (27), “a fim ser decidido o pleito liminar”.