Além de tratar do tema das privatizações, o governador Eduardo Leite (PSDB) usou a tribuna da Assembleia, nesta terça-feira (5), para anunciar planos de governo. Aos deputados, ele resumiu premissas – sem entrar em detalhes – que planeja adotar na saúde, na educação, na segurança pública e na Previdência do Estado. Confira o que disse o governador sobre esses quatro temas:
SAÚDE
Leite disse estar preocupado com a mudança no perfil demográfico da população do Rio Grande do Sul, que tem o maior percentual de idosos do país (17% dos habitantes) e caminha para ser o primeiro Estado com decréscimo populacional, em 2036.
– A partir daí, apresento o que projetamos em políticas públicas para o futuro, como na área da saúde, com o necessário enfoque no trabalho preventivo, com reforço na atenção básica, estímulo ao envelhecimento ativo e políticas públicas de apoio aos idosos. Vamos trabalhar fortemente, na área da saúde, dentro desse conceito, em parceria com os municípios.
EDUCAÇÃO
Em sua fala, o governador afirmou que, por conta da redução da população economicamente ativa, o Estado precisa ter maior foco no aumento da produtividade da mão de obra, o que passa, segundo ele, pela qualificação da educação.
– Aí entra o fundamental, desde a Educação Infantil, com o apoio aos municípios, até o Ensino Médio, que precisa ter, no nosso olhar, caráter profissionalizante. A maior parte dos nossos jovens deixa o Ensino Médio não para acessar o Ensino Superior, mas para acessar o mercado de trabalho. A qualificação (do Ensino Médio) será determinante para que o Estado seja atraente a investimentos e tenha capacidade de geração de riquezas.
SEGURANÇA
O governador disse que, na área da segurança, visualiza a necessidade de trabalho integrado entre Estados e municípios e adiantou o lançamento, em breve, de um programa estadual, sobre o qual falou de forma genérica.
– Nos próximos dias, o governo estadual estará lançando o seu programa transversal na área da segurança, com capacidade de enfrentamento da criminalidade, contemplando desde o eixo da prevenção até o eixo do policiamento, da repressão qualificada nas ruas e também da punição a criminosos e da sua reabilitação, com investimentos no sistema penitenciário, associados a medidas que apoiamos em nível federal, que proporcionam a redução da sensação de impunidade.
PREVIDÊNCIA
Segundo Leite, o Estado registrou déficit previdenciário de R$ 11,3 bilhões em 2018, e, entre 2007 e 2018, o rombo chegou a R$ 74 bilhões (valor superior à dívida com a União).
– Esse dinheiro foi retirado dos impostos pagos pela população, que deveriam retornar ao povo gaúcho em serviços, em investimentos, em saúde, educação e segurança, que foram drenados por um sistema previdenciário que não se sustenta. A alteração do perfil demográfico precisa determinar alterações no sistema previdenciário e na estrutura da carreira dos servidores. Nosso governo vai, sim, tratar da reestruturação essencial da máquina pública para que caiba no orçamento. Essas alterações, nós vamos promover com coragem e firmeza, mas também com diálogo. Estamos marcando para os próximos dias reuniões com os sindicatos. Vamos ter uma atuação transparente, de diálogo, para construirmos soluções.