O Banco do Brasil seria mais eficiente se fosse privatizado e todos os funcionários ganhariam com isso, afirmou o novo presidente da instituição, Rubem Novaes, nesta quinta-feira (14).
— Mas essa não é a política do governo, essa é uma posição pessoal. Espero que um dia se chegue a essa conclusão, mas acho que o país ainda não está preparado para essa ideia — salientou Novaes, complementando: — Se o banco fosse privado, teria um resultado melhor do que tem hoje. Temos essa ambição (de dar um retorno similar ao de instituições privadas). O banco público sempre tem alguns entraves, não temos a mesma liberdade que os bancos privados para tomar certas decisões.
O BB reportou um lucro líquido ajustado (livre de efeitos extraordinários) de R$ 13,5 bilhões, uma alta de 22% em relação ao ano anterior. Questionado se a instituição passou por uma "petização" ao longo dos governos do PT, Novaes disse que "se houve esse movimento, foi no passado já remoto".
— Do grupo que encontrei hoje no banco, percebi um foco totalmente profissional da equipe. Pude notar que o ideal para nós seria manter a equipe quase intacta — afirmou.
Novaes afirmou que o banco estuda parcerias e abertura de capital para aquelas atividades que guardam sinergia com o negócio principal do banco, como as áreas de asset, banco de investimentos, meios de pagamento e seguridade.
Demais negócios que não apresentem essa dependência da rede do BB são passíveis de desinvestimentos. Mas o presidente do banco destacou que "não vamos fazer venda a qualquer preço".
— A pior coisa é ter pressa para vender alguma coisa, porque vai desvalorizar seu ativo.
Segundo Novaes, ainda não há um cálculo de quanto poderia ser embolsado com esses desinvestimentos, nem quais seriam eles. Mas ele indicou que o argentino Banco da Patagonia, do qual o BB detém cerca de 80%, "não tem sinergia com o banco".
Sobre o Banco Votorantim, com metade do controle por parte do BB, Novaes disse que está "discutindo com os sócios o melhor caminho".