O ministro da Justiça e da Segurança Pública Sergio Moro recuou, nesta quinta-feira (28), da nomeação da cientista política Ilona Szabó, diretora do Instituto Igarapé, para uma vaga no Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. A nomeação da especialista foi alvo de ataques nas redes sociais de grupos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro durante as últimas semanas.
De acordo com o jornal O Globo, em nota divulgada nesta quinta-feira, Moro explica que a saída da cientista política do conselho é devido às críticas recebidas. O ministro informa ainda que até pediu desculpas a ela pela decisão.
"Diante da repercussão negativa em alguns segmentos, optou-se por revogar a nomeação, o que foi previamente comunicado à nomeada e a quem o Ministério respeitosamente apresenta escusas", diz o texto distribuído pela assessoria de imprensa do ministério.
O conselho é ligado ao Depen (Departamento Penitenciário Nacional). Entre suas atribuições estão avaliações do sistema penitenciário, proposição de diretrizes da política criminal e inspeções e fiscalizações de estabelecimentos penais. A participação no conselho é voluntária e o mandato é de dois anos. O Conselho é um órgão consultivo, sem funções executivas no governo.
Szabó tem mestrado em Estudos de Conflito e Paz pela Universidade de Uppsala, na Suécia. É co-fundadora e diretora-executiva do Instituto Igarapé, que produz pesquisas sobre segurança, justiça e desenvolvimento.