O ministro extraordinário de transição e futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou nesta segunda-feira (3) que a Fundação Nacional do Índio (Funai) pode ser incorporada ao Ministério da Agricultura no governo de Jair Bolsonaro. Durante coletiva de imprensa na sede do governo de transição, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), Onyx disse ainda que o tratamento dado aos índios através de ONGs nem sempre é o mais adequado. Segundo o futuro ministro da Casa Civil, muitas áreas de atuação precisam de um novo direcionamento e a Funai é uma delas.
— A Funai está em processo de definição, mas deve ir para a Agricultura. O Brasil há muitos anos cuida dos seus índios através de ONGs que nem sempre fazem trabalho mais adequado. A visão que o presidente tem é no sentido de dar mais condições dos indígenas que quiserem, possam ter outra condição — disse a jornalistas.
No final da semana passada, uma fala do presidente eleito Jair Bolsonaro sobre os índios gerou polêmicas. Ao ser questionado sobre o Acordo de Paris, ele criticou as demarcações indígenas.
— Ninguém quer maltratar o índio. Agora, você pode ver, na Bolívia tem um índio que é presidente, Evo Morales. Por que no Brasil devemos mantê-los reclusos em reservas como se fossem animais em zoológicos? — disse Bolsonaro na última sexta-feira (30) em visita a Cachoeira Paulista, interior de São Paulo.
A Fundação Nacional do Índio (Funai) foi criada em dezembro de 1967, durante a ditadura militar, e é vinculada ao Ministério da Justiça, que será ocupado por Sergio Moro no governo de Bolsonaro. A organização faz estudos de identificação e delimitação, demarcação, regularização fundiária e registro das terras tradicionalmente ocupadas pelos povos indígenas, além de monitorar e fiscalizar esses locais. A Funai também coordena e implementa políticas de proteção a povos tradicionalmente isolados.