O presidente eleito, Jair Bolsonaro, criticou duramente neste sábado (2) os órgãos públicos de controle de abusos contra o meio ambiente, acusando-os de imporem "multas a torto e a direito."
— Não vou mais admitir o Ibama sair multando a torto e a direito por aí, bem como o ICMbio. Essa festa vai acabar — afirmou Bolsonaro.
A declaração foi feita durante solenidade de formatura de cadetes aspirantes a oficial do Exército na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende, Rio de Janeiro, onde estudou nos anos 1970.
— Quero defender, sou defensor do meio ambiente, mas não dessa forma xiita como acontece — prosseguiu.
O próprio Bolsonaro recebeu do Ibama uma multa de R$ 10 mil, que ainda não pagou, por prática de pesca irregular.
— Vou pagar essa multa? Vou. Mas sou uma prova viva do descaso, da parcialidade e do péssimo trabalho prestado por alguns fiscais do Ibama e ICMBio. Isso vai acabar — afirmou.
Bolsonaro criticou os dois órgãos diversas vezes durante a campanha eleitoral, ao mesmo tempo em que afirmou que a proteção do meio ambiente não poderia ser um obstáculo ao desenvolvimento, e insistiu em que a indústria do agro estava "asfixiada" por regulamentações.
Hoje, o presidente eleito reiterou sua intenção de "integrar os índios à sociedade", justificando sua intenção de não demarcar mais as terras reservadas aos indígenas.
— Nosso projeto para o índio é fazê-lo igual a nós. Eles têm as mesmas necessidades que nós. O índio quer médico, dentista, televisão, internet", assinalou, sem contemplar as tribos que desejam manter seu estilo de vida tradicional, longe das áreas urbanas — disse.