O presidente eleito Jair Bolsonaro admitiu, nesta quarta-feira (7) que o número de pastas de seu governo poderá chegar a 18, com a possibilidade de manter o status de ministério da Controladoria-Geral da União (CGU). Inicialmente, o capitão reformado estudava a junção da pasta à Justiça, que será assumida pelo juiz Sergio Moro.
— Já demos um passo e talvez seja mantido o status de ministério (da CGU). Mas não é pela governabilidade, é para que a gente possa apresentar realmente resultado. Talvez tenhamos que manter a Controladoria com status de ministério — afirmou Bolsonaro ao deixar um encontro na manhã desta quarta com dirigentes da Aeronáutica.
Trata-se de novo recuo de Bolsonaro sobre a composição de seu governo. Antes do período eleitoral começar, ele prometeu reduzir a estrutura atual da Esplanada, de 29 ministérios, à quase metade, 15. Ainda durante a campanha, ele admitiu subir o número de pastas para 16, depois do segundo turno, para 17 e, agora, já reconhece que pode contar com 18.
— Pode aumentar. O que nós temos que ter são os ministérios, são esses órgãos todos funcionando, sem interferência política — afirmou.
Bolsonaro vem enfrentando dificuldades para manter as fusões anunciadas em vários dos ministérios, caso de Agricultura e Meio Ambiente. A junção das duas pastas foi alvo de críticas tanto por parte de ambientalistas quanto de ruralistas. Bolsonaro não quis avançar no tema nem citar nomes.
— O que não pode é ter briga entre eles. Isso não pode continuar acontecendo. Queremos preservar meio ambiente, mas não pode ter atrito — resumiu.
Nesta quarta-feira (7), o capitão disse que o Ministério do Trabalho será incorporado a outra pasta, sem entrar em detalhes. A declaração foi dada após almoço no Superior Tribunal de Justiça (STJ), oferecido pelo presidente do tribunal e do qual também participou o futuro ministro Sergio Moro.
O presidente eleito ainda salientou que está montando um ministério "bastante técnico" e que os nomes prosseguirão sendo escolhidos dentro desse critério, sem indicações políticas. Ele não quis adiantar novos nomes de ministros e comentou que não tem nome ainda para a CGU.
— Nós queremos que o juiz Sergio Moro tenha todos os meios para cumprir 100% da missão de combater a corrupção e o crime organizado — disse Bolsonaro, ao lembrar que isso poderia não incluir a CGU na Justiça. — Estamos estudando isso. Está adiantado. Tudo é importante no governo. Esse país é continental — observou.
Ele acrescentou ser importante que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) fique na Justiça.
— Um braço do Coaf tem de estar no MJ, para que se tenham em tempo real as informações porque, sem seguir o dinheiro, não temos como combater o crime organizado — declarou.