Um dos donos da maior prestadora de serviços da campanha de Jair Bolsonaro (PSL) está entre os integrantes da equipe de transição do presidente eleito. Marcos Aurélio Carvalho, da AM4 Brasil Inteligência Digital LTDA, é um dos 28 nomes publicados na edição desta segunda-feira (5) do Diário Oficial da União (DOU), conforme afirmou o jornal Folha de S. Paulo. Carvalho, que receberá R$ 9.926,60 durante a transição, já esteve reunido com os futuros ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil), general Augusto Heleno (Defesa) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) nesta segunda.
Em 30 de outubro, a campanha de Bolsonaro apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) gasto adicional R$ 535 mil com a AM4 Brasil Inteligência Digital LTDA, o que tornou a empresa, até aquela ocasião, a maior prestadora de serviços da candidatura do capitão da reserva, com custo de R$ 650 mil.
Em resposta a reportagem, Carvalho afirmou que vai "ajudar na comunicação" da equipe de transição. Por meio de nota, ele disse que todas as ações na campanha do militar reformado são regulares.
No dia 18 de outubro, a Folha de S. Paulo divulgou reportagem na qual afirmou que empresários pró-Bolsonaro estariam pagando milhões por pacotes de mensagens em massa contra o PT no WhatsApp. O trâmite seria ilegal, pois se trata de doação de campanha por empresas, vedada pela legislação eleitoral, e não seria declarado.
Na época, a AM4, então única fornecedora de serviços de internet declarada na campanha de Bolsonaro, informou que a divulgação de matérias sobre o candidato era orgânica. Na época, Carvalho disse apenas grupos de WhatsApp para denúncias de notícias falsas, listas de transmissão e grupos em Estados eram mantidos pela companhia.
Por meio de assessoria, a AM4 negou o pagamento de impulsionamento na internet e informou que o pagamento de R$ 535 mil se justifica pelo aumento de demanda no segundo turno do pleito, quando Bolsonaro começou a ter mais tempo de TV.