O anúncio de mais três ministros do próximo governo elevou para 19 os nomes confirmados para o primeiro escalão de Jair Bolsonaro (PSL). Acima das 15 pastas projetadas durante a campanha eleitoral, o novo cálculo poderá contar com até 22 nomes, caso Direitos Humanos — que incluiria políticas públicas para mulheres, LGBTs e igualdade racial — mantenha status de ministério. Ainda não foram apresentados os responsáveis pelo Meio Ambiente e por Minas e Energia.
— Mais três está de bom tamanho. Semana que vem saem os (nomes dos) demais ministérios — destacou Bolsonaro, em entrevista ontem, após pedir auxílio ao futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que estava ao seu lado.
Na última terça-feira, o presidente eleito havia afirmado que o número final de pastas não passaria de 20. Atuando como bombeiro, Onyx minimizou o recuo do futuro chefe:
— Tem uma explicação (para chegar a 22). O Banco Central é provisório. No momento em que ele tiver a independência, perde o status (de ministério). A AGU (Advocacia-Geral da União) vai ser analisada oportunamente.
Nesta quarta-feira foram divulgados mais detalhes sobre a movimentação de peças na Esplanada. O Ministério da Cidadania será ocupado pelo deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), sexto gaúcho na linha de frente de Jair Bolsonaro (PSL). O setor irá agregar as funções exercidas pelas atuais estruturas do Esporte, da Cultura e do Desenvolvimento Social, chefiada por Terra até abril, além de parte da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. É também o primeiro nome do MDB a ocupar uma pasta no novo governo.
A pasta será responsável por gerir o programa Bolsa Família, que deverá ser ampliado, com o pagamento de uma parcela equivalente ao 13º salário no final do ano, compromisso incluído no plano de governo do PSL.
— O presidente pediu e vai ser cumprido. Com o ajuste (pente-fino que cancelou o benefício de cinco milhões de famílias nos últimos dois anos) é mais fácil colocar o recurso do 13º — disse Terra, indicado para a função pelas bancadas temáticas ligadas à assistência social e à saúde do Congresso.
A pasta do Desenvolvimento Regional terá o engenheiro Gustavo Canuto à frente. A estrutura é resultado da fusão dos ministérios das Cidades e da Integração Nacional, onde o futuro ministro atua como secretário-executivo. Entre as atribuições, estarão programas de habitação, como o Minha Casa Minha Vida, e ações contra a seca. Canuto é considerado indicação técnica.
O deputado federal mineiro Marcelo Álvaro Antônio, mais votado do Estado na última eleição, foi confirmado como ministro do Turismo. Nome defendido pela bancada que atua em defesa da área, é o terceiro integrante do PSL alçado ao primeiro escalão do futuro governo. Os dois outros são Gustavo Bebianno, que ocupará a Secretaria-Geral da Presidência, e Marcos Pontes, futuro ministro da Ciência e Tecnologia.
O anúncio do trio foi antecipado por Bolsonaro a um grupo de cerca de 80 deputados, reunidos a portas fechadas na sede da transição de governo. Grande parte dos parlamentares presentes pertence à bancada evangélica do Congresso, que tentou emplacar um indicado para o Ministério da Cidadania – o grupo chegou a apresentar lista com cinco nomes, entre eles o do ex-ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB-RS), mas não foi atendido.