O governador do Estado, José Ivo Sartori, determinou, nesta sexta-feira (25), que o vice, José Paulo Cairoli, comande o gabinete de crise para tratar dos impactos da greve nacional dos caminhoneiros no Rio Grande do Sul. Esta é a segunda vez na gestão Sartori que Cairoli fica responsável por gerir uma crise – a primeira foi em 2016, diante do agravamento dos problemas na segurança pública.
Na nota em que anuncia o gabinete de crise, o governo do Estado endossa a avaliação do governo Temer e aponta que houve o "não cumprimento total do acordo dos caminhoneiros com o governo federal, persistindo e até agravando a situação de desabastecimento em vários setores do estado". Os caminhoneiros que seguem em greve dizem que não estavam representados na reunião que gerou o suposto acordo de trégua na noite de quinta (24), em Brasília.
Na nota, o governo também anunciou que vai ingressar na Justiça, ainda nesta sexta-feira (25), buscando vitória judicial que obrigue à desobstrução das rodovias do Estado. O texto também diz que "o governo reconhece as dificuldades enfrentadas pelo setor de transportes, mas não pode fugir das suas responsabilidades na medida em que os setores da segurança, saúde e agricultura, entre outros, correm o risco de colapso".
Além de Cairoli, o gabinete de crise é formado pelos secretários Odacir Klein, da Agricultura, Pecuária e Irrigação; Cezar Schirmer, da Segurança Pública; Humberto Canuso, dos Transportes; Francisco Paz, da Saúde; e Alexandre Martins, coordenador da Defesa Civil Estadual.
Esta é a segunda nota que o governo emite sobre o tema. Na primeira, na quarta-feira (23), o governo pregou o "diálogo responsável" para a solução da greve. O governador evitou, até o momento, falar publicamente sobre a greve e os tributos estaduais que incidem sobre os combustíveis.
Leia a íntegra da nota do governo do RS:
"Diante do não cumprimento total do acordo dos caminhoneiros com o governo federal, persistindo e até agravando a situação de desabastecimento em vários setores do estado, o governador José Ivo Sartori decidiu:
1) Criar um gabinete de crise, com o objetivo de avaliar permanentemente as consequências do movimento e tomar as medidas necessárias. O Gabinete está sob a coordenação do vice-governador José Paulo Cairoli e é formado pelos secretários de Agricultura, Pecuária e Irrigação, Segurança Pública, Saúde, Transportes e pela Defesa Civil.
2) A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) ingressa, ainda nesta sexta-feira (25), com medida judicial visando à desobstrução das rodovias gaúchas. Alguns trechos no interior do Estado já sofrem bloqueios que impedem a circulação de bens necessários à população.
O governo reconhece as dificuldades enfrentadas pelo setor de transportes, mas não pode fugir das suas responsabilidades na medida em que os setores da segurança, saúde e agricultura, entre outros, correm o risco de colapso.
Ressaltamos que no Rio Grande do Sul a alíquota do óleo diesel é a mais baixa do país (12%), justamente para não impactar sobre os setores essenciais à nossa economia.
Estamos confiantes de que haverá entendimento entre as partes para que o país volte à normalidade. Permanecemos atentos ao resultado da reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que está sendo realizado em Brasília, e os demais desdobramentos em nível nacional.
GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL"