Tanto pelo Twitter quanto aos correligionários do PSB, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa foi sucinto e alegou apenas que a decisão de não concorrer à disputa presidencial foi "estritamente pessoal". No entanto, o líder do partido na Câmara, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), confirmou, em entrevista ao Timeline, da Rádio Gaúcha, que houve pressão por parte da família do ex-ministro.
— A gente já vinha avisando há muito tempo que ele tinha restrição e resistência familiares para que ele pudesse participar do pleito — afirmou Delgado, acrescentando que o partido respeita essa decisão.
— Nós que já fazemos parte da vida pública temos a torcida da família para que a gente não participe desse momento ruim que a política está há muito tempo. Você imagina o sentimento da família de alguém que está para entrar.
Barbosa se filiou ao PSB no final do prazo necessário para participação nas eleições de 2018, no dia 6 de abril, e vinha fazendo mistério sobre a intenção de se candidatar à Presidência da República.
Um dos entusiastas da candidatura do ex-ministro pelo partido e articulador da proposta, o deputado mineiro disse que Barbosa avisou ao partido antes de publicar o anúncio oficial em seu perfil no Twitter.
Delgado lamentou a desistência, alegando que o nome de Barbosa seria um "diferencial" e uma "alternativa" aos velhos nomes da política, muitos envolvidos em esquemas de corrupção. Mas agradeceu pelo ex-ministro ter contribuindo para que o PSB voltasse a ser protagonista no cenário eleitoral.
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— A gente fica feliz com a postura dele de, integramente e corretamente, avisar com antecedência para que a gente possa se arrumar para as eleições — disse o parlamentar.
O líder do PSB acrescentou que o partido não possui um plano B e que agora vai se reunir para avaliar os nomes que já foram lançados para pensar em possíveis alianças políticas.