O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou estender por mais 60 dias o prazo das investigações em inquérito aberto contra os senadores do PSDB Aécio Neves e Antonio Anastasia. O pedido é do delegado da Polícia Federal (PF) Marlon Cajado, que comanda a investigação, instaurada com base na delação de ex-executivos da Odebrecht.
Os colaboradores afirmam que, em 2010, a pedido de Aécio, pagaram R$ 5,4 milhões em "vantagens indevidas" para a campanha de Anastasia ao governo de Minas. Os delatores contaram ainda que, também por solicitação de Aécio, quando ainda era governador, desembolsara R$ 1,8 milhão para a campanha de 2009.
Segundo o delegado da PF, o prazo maior é necessário para ouvir o depoimento de Oswaldo Borges da Costa Filho, ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), também investigado no inquérito. Uma análise e eventual perícia em dados do "my web day" e "Drousys", sistemas de comunicação e contabilidade de propinas da Odebrecht, também é listada como uma das pendências da investigação.
Aécio é alvo de sete investigações e de uma ação penal no STF, que tramitam no Supremo. O senador se tornou réu recentemente pelo suposto recebimento de R$ 2 milhões de Joesley Batista, do Grupo J&F, acusado ainda de atrapalhar as investigações em torno da Operação Lava Jato.
No início do mês, o parlamentar teve um dos inquéritos em que é investigado baixado para a primeira instância da Justiça, a partir das novas regras do foro por prerrogativa. A investigação, que estava sob relatoria de Alexandre de Moraes, apura supostas irregularidades na construção da Cidade Administrativa no segundo mandato de Aécio como governador de Minas Gerais.