O presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Federal do Paraná, Algacir Mikalowski, afirmou em entrevista ao Gaúcha Atualidade, nesta quinta-feira (12), que o pedido de transferência de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está preso na sede de Curitiba, não tem conotação política.
O policial, que concorreu a deputado estadual pelo PRB em 2014 e a vereador, em 2016, pelo PSDC, foi questionado por conta de publicações em redes sociais com outros políticos. A entidade alega que a solicitação foi feita porque a presença de manifestantes nas proximidades do prédio gera transtornos no atendimento e risco para servidores.
Questionado sobre o fato de ter publicado em redes sociais fotos com políticos como Jair Bolsonaro, pré-candidato à Presidência pelo PSL, e textos com críticas ao ex-presidente Lula, tem alguma influência no pedido, o delegado acusou a imprensa de querer minimizar a solicitação.
— Não há conotação política, basta que leiam os fundamentos do pedido. (...) De forma proposital, está se perdendo o foco do pedido. O foco do pedido é remoção de um condenado que vem trazendo transtorno — afirmou.
Confira o áudio com a entrevista completa:
O delegado argumentou ainda que o pedido foi realizado porque o trabalho dos servidores, como atendimento de pessoas e investigações, vem sendo prejudicado. Mikalowski afirmou ainda que policiais residem no entorno do prédio e estariam se sentindo intimidados.
— É um local residencial e tem afetado o dia a dia dessas pessoas.
O ofício foi encaminhado ao superintendente regional da PF no Paraná, delegado Maurício Valeixo. No documento, o sindicato pede a transferência imediata do petista para "outro local" sob o argumento de que a PF não é, "sob nenhum aspecto", lugar apropriado para cumprimento de sentença penal condenatória. Sobre o local para onde o ex-presidente seria transferido, o delegado disse que isso é uma decisão do Judiciário.