Após anunciar a saída do Ministério da Fazenda, Henrique Meirelles disse que ainda vai "contemplar" a possibilidade de ser candidato nas eleições deste ano. Ele enfatizou que só se candidatará à Presidência da República, e não a outro cargo, incluindo o de vice-presidente.
– Isso é um projeto em andamento. Vamos analisar a candidatura com o partido e agentes da sociedade. Vou analisar a possibilidade de uma candidatura à Presidência. Não pretendo ser candidato a vice-presidente e não há a menor possibilidade de me candidatar a governador ou senador – afirmou.
Ele não fixou uma data para anunciar se será de fato o candidato do PMDB à Presidência:
– Temos agora um tempo de avaliação, conversas e viagens para amadurecer todo esse processo – limitou-se a responder.
Sobre sua filiação ao PMDB, Meirelles, afirmou que o presidente Michel Temer foi ao evento de terça-feira prestigiá-lo.
– Não poderia desejar mais do que ter os principais líderes do partido e o próprio presidente Temer no evento. A presença dele foi uma mensagem positiva – completou.
Questionado sobre a sua participação no governo do ex-presidente Lula, que pode ser preso ainda nesta sexta-feira, Meirelles voltou a dizer que teve uma atuação autônoma no Banco Central entre 2003 e 2010.
– Trabalhei oito anos com Lula, com uma relação de respeito e sucesso. Foi um período de grande crescimento da economia. No governo seguinte (Dilma) decisões erradas foram tomadas e prejudicaram o crescimento – respondeu.
Sobre a provável saída de Lula da corrida eleitoral deste ano, ele apenas comentou que as decisões do Judiciário devem ser obedecidas.
– Acho uma situação, triste, tocante e desagradável, mas é importante respeitar a Justiça – afirmou.
Ele detalhou que as duas conversas nesta sexta-feira (6), com o presidente Michel Temer serviram para comunicar a ele a sua decisão de deixar o ministério e para apresentar Eduardo Guardia como sua indicação para a sucessão na pasta. Para Meirelles, principal tarefa de Guardia a partir de agora à frente da Fazenda é continuar processo de ajustes na economia, assegurando que o país volte a crescer.