A confirmação da saída de Henrique Meirelles do comando da Fazenda para tentar se viabilizar como candidato nas eleições à Presidência da República, confirmada pelo presidente Michel Temer na manhã desta segunda-feira (26), oficializa a corrida para quem irá sucedê-lo na liderança da pasta. Três nomes estão na disputa: o atual secretário-executivo da Fazenda, Eduardo Guardia, o secretário de Acompanhamento Fiscal do Ministério, Mansueto Almeida e o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira.
Dos três, Dyogo Oliveira seria o menos cotado. Ele é o nome de confiança do líder do governo no Senado e presidente nacional do MDB, o senador Romero Jucá (RR). E em que pese ter sido o responsável pela estratégia de saques das contas inativas do FGTS no ano passado, celebrada por Temer como uma de suas maiores vitórias, Oliveira não teria agradado o mercado financeiro tanto quanto Mansueto e Guardia, que atualmente integram a linha de frente do Ministério da Fazenda e contariam, inclusive, com o apoio do próprio Henrique Meirelles.
Tanto é assim que, na conversa com Temer em que acertou sua saída do governo, Henrique Meirelles teria sugerido ao presidente os nomes de Eduardo Guardia e de Mansueto Almeida.
A avaliação do ministro é de que manter a continuidade na equipe é o melhor caminho para evitar turbulências desnecessárias nessa reta final de governo, quando o Planalto espera avançar em projetos importantes da agenda microeconômica, aproveitando uma conjuntura econômica de curto prazo muito favorável.
As projeções apontam para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) que pode superar as expectativas e chegar a 3,4%, arrecadação em alta, inflação baixa e juros que tendem a cair ainda mais.
Confirmação
Nesta segunda-feira (26), o presidente Michel Temer confirmou que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, vai deixar o cargo nos próximos dias para tentar se viabilizar como candidato à Presidência da República.
— Já era a intenção dele. Acertamos nesses últimos dias — afirmou Temer à reportagem em rápida conversa por telefone.
O presidente disse ainda não ter decidido quem substituirá Meirelles.
A estratégia do MDB é ter uma opção interna, caso o projeto de reeleição do presidente Michel Temer não decole. Para começar a impulsionar o nome de Meirelles, Temer levou a tiracolo o ministro da Fazenda em um giro pelo Nordeste na semana passada.
O anúncio de Temer antecipa o próprio Meirelles, cuja intenção era anunciar sua decisão somente no dia 2 de abril, em Portugal.