Com direito a jingle e painéis de fotos ao lado do presidente Michel Temer, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, assinou nesta terça-feira (3) sua filiação ao PMDB. O ato ocorreu na sede do partido, em Brasília. A migração de Meirelles do PSD para o partido do presidente foi negociada em meio às discussões sobre a candidatura de um representante do governo à Presidência.
Antes da assinatura da ficha de filiação, diante de uma plateia de correligionários, as caixas de som do evento executavam um jingle com o refrão "M de Michel, M de Meirelles, M de MDB". Até agora, o partido não decidiu se Meirelles irá compor uma chapa tendo Temer como candidato à reeleição ou se o ministro será o candidato a presidente.
Ao discursar no evento, Temer disse que "Meirelles não faz nada sem calcular". O presidente também se dirigiu ao ministro e anunciou:
— Você está habilitado a ocupar qualquer cargo no país.
Antes de Temer, Meirelles fez um pronunciamento baseado na recuperação da economia e nos investimentos em programas sociais. O ministro disse que o atual governo tomou medidas que colocaram o país no rumo da recuperação e que este legado precisa ser defendido.
— Voltamos ao caminho do crescimento. Quem diria, presidente? Parecia impossível. Este caminho precisa continuar a ser percorrido — afirmou.
Logo após a solenidade, que foi encerrada com nova execução do jingle, Meirelles foi questionado pela imprensa se encabeçará a disputa à Presidência pelo PMDB. Ele afirmou que "em princípio, a ideia é essa", mas evitou dar mais detalhes sobre a negociação.
— A questão de candidatura vamos tratar à frente, o momento agora é de filiação partidária. Eu tenho um projeto de candidatura à presidência, mas agora vamos discutir qual é a melhor composição partidária — afirmou.
Meirelles acrescentou que o importante é a decisão ter "sucesso eleitoral". O ministro disse que deverá deixar a Fazenda na próxima sexta-feira (6), em respeito à janela eleitoral de desincompatibilização.
Além de Meirelles, assinaram filiação no PMDB nesta terça os deputados Beto Mansur (SP), ex-PRB, e Maria Helena (RR), ex-PSB.
No próximo sábado (7) se encerram os prazos para quem quiser concorrer nestas eleições se filiar a um partido ou trocar de sigla. No início de março, o deputado Jair Bolsonaro, também pré-candidato à Presidência, trocou o PSC pelo PSL. Nesta sexta-feira (6), o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa irá se filiar ao PSB. Uma eventual candidatura ao Planalto, no entanto, será definida mais adiante. Há uma semana, o empresário Flávio Rocha, também pré-candidato à Presidência, anunciou a mudança de partido: trocou o PR pelo PRB.