Documentos encontrados em uma pasta do celular do lobista Milton Lyra, que atua junto ao PMDB, preso preventivamente na semana passada sob suspeita de irregularidades no fundo de pensão Postalis, dos Correios, indicam suspeitas de pagamentos ao ministro das Cidades, Alexandre Baldy (PP), além de repasses a partidos políticos e outras referências a encontros com autoridades. As informações são do jornal O Globo.
De acordo com a publicação, nos arquivos encontrados há diversas anotações curtas de texto com siglas e valores que ainda estão sendo destrinchadas pelos investigadores da Lava-Jato na Procuradoria-Geral da República. A referência mais explícita, porém, é a que sugere a realização de seis repasses ao ministro de Temer. No documento encontrado no aparelho, constava a frase: "Baldy. Conta corrente 6x 450". O arquivo é de março de 2013, quando Baldy era secretário de Indústria e Comércio do governo de Goiás.
No celular ainda foi encontrada uma foto do ministro tomando vinho com o lobista na adega da casa de Lyra. A imagem estava salva no celular dele, com data de 31 de janeiro de 2015.
Em conversa por WhatsApp com GaúchaZH na manhã desta terça-feira, Baldy afirmou que nunca teve qualquer relação profissional ou financeira com o lobista. Disse, ainda, que irá processar a jornalista que divulgou as informações sobre as supeitas dos repasses, alegando que "a matéria é caluniosa".
Ao jornal O Globo, Baldy afirmou que que tinha uma “boa relação” com o lobista e que esteve na sua casa “duas ou três vezes”, porém também negou ter feito qualquer transação financeira com Lyra.