A ex-presidente Dilma Rousseff participou de um encontro com mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Rio Grande do Sul nesta terça-feira (6/3).
O evento – que ocorreu no Assentamento Capela, em Nova Santa Rita, como parte da programação da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra – foi realizado pouco depois de o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negar o habeas corpus pedido pela defesa de Luiz Inácio Lula da Silva e definir que o ex-presidente pode ser preso após o fim dos recursos em 2ª instância.
No local programado para a atividade de luta feminina, a decisão referente a Lula não recebeu muita atenção.
Dilma chegou ao encontro pouco depois das 16h30min. Bem disposta e confiante, a petista cumprimentou mulheres que fizeram um cordão humano para recepcioná-la. A expectativa da organização era receber em torno de mil pessoas, mas isso não se confirmou.
Já dentro do local, a ex-presidente foi saudada com gritos de "fascista, machista, golpista, não passarão" e "ole, ole, ola, Dilma, Dilma!".
Ao assumir o microfone do evento, a ex-presidente ressaltou que as mulheres não são frágeis, tampouco covardes, como prega o senso comum. E que a ação que a destituiu do cargo mais alta da nação, ocupado à época pela primeira vez por uma mulher, foi um golpe machista e misógino.
— Eu era descrita como dura. Os políticos homens, como forte. Diziam que eu trabalhava demais e que os políticos eram comprometidos com seu trabalho — ironizou. — Se há um lugar difícil para as mulheres, é a política. O poder. É onde sofremos as maiores discriminações — afirmou a petista.
Ao final, vestindo um boné do MST, Dilma posou para fotos com todas as delegações de movimentos que participaram do evento.