O governador José Ivo Sartori avaliou como "grande passo" a aprovação na Assembleia Legislativa da adesão ao regime de recuperação fiscal, após 11 horas de debates. O chefe do Executivo estadual concedeu entrevista ao Gaúcha Hoje ainda na madrugada desta quinta-feira (8), pouco depois da votação. Ele afirmou que o processo foi "um jogo de paciência muito elevado".
— Acho que é aquilo que mais precisava o Rio Grande do Sul. Acredito que a autorização do regime de recuperação fiscal não resolve todos os problemas, mas é um grande passo e ainda há um longo caminho pela frente — observou o governador.
O texto foi aprovado por 30 votos favoráveis e 18 contrários. No começo da semana, deputados de oposição conseguiram retirar o projeto da pauta de votações da sessão de terça-feira (6), mas a liminar acabou sendo derrubada na tarde de quarta-feira (7).
Durante a entrevista, Sartori salientou que a aprovação representa o "mínimo de possibilidades de governabilidade".
— É mais uma oportunidade para o Estado equilibrar suas finanças — considerou o chefe do Executivo.
Ouça na íntegra a entrevista do governador:
A aprovação desta quinta é o primeiro passo para o Estado assegurar o acordo – que garantirá aval para novos empréstimos e pelo menos três anos de carência na dívida com a União. Contudo, para chancelar a adesão ao regime, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) exige contrapartidas – entre elas, a oferta de ativos.
Para isso, Sartori precisa aprovar as propostas de emenda à Constituição (PECs) que anulam a exigência de plebiscito para a venda de CEEE, Sulgás e Companhia Riograndense de Mineração (CRM).
— Esse é o próximo passo: a privatização ou federalização das estatais. Vai garantir que o Estado possa fechar o acordo — salientou o governador na entrevista.
Em sua conta no Twitter, Sartori disse que a "mudança venceu", mas salientou que o regime de recuperação fiscal não é "a solução para todos os problemas".