O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu nesta sexta-feira (23) que "é possível" que a votação da reforma da Previdência aconteça no Congresso Nacional em 2019. Segundo ele, tudo dependerá da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, que passou a ser uma "prioridade" do governo Michel Temer.
— É possível (que fique para 2019). Vai depender um pouco de quanto terminar a intervenção no Rio — afirmou Meirelles, lembrando que, enquanto durar a intervenção, o Congresso Nacional não poderá aprovar emendas constitucionais, como a da reforma da Previdência. Pelo decreto editado pelo presidente Michel Temer, a intervenção, a princípio, vai durar até 31 de dezembro deste ano.
— Esperamos que a reforma possa ser votada ainda este ano, mas evidentemente que a situação de segurança no Rio é de tal seriedade, e com um problema que vinha se agravando há muitos anos, que chegou o momento em que o governo teve que intervir e colocou isso como uma prioridade. Mas a reforma da Previdência continuar sendo prioridade absoluta, tão logo terminada intervenção, vai ser votada — acrescentou o ministro.
Meirelles afirmou que a não votação da reforma foi um dos principais motivos que provocaram o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Fitch, anunciada nesta sexta.
— Existia uma expectativa de aprovação no ano passado, que, de fato, não foi possível, não foi viável, mas que é a dinâmica normal parlamentar e etc. O Brasil vive numa democracia, o Congresso é soberano — declarou.