Dez dias antes do julgamento de recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), policiais da Capital que participam da Operação Golfinho, no Litoral Norte, retornaram nesta segunda-feira (15) a Porto Alegre. O grupo de cerca de 600 PMs vai se juntar aos demais do Interior e da Região Metropolitana, que também serão deslocados para a segurança da cidade, além do efetivo da própria Capital.
O julgamento de Lula no dia 24 de janeiro está marcado para começar às 8h30min na 8ª Turma do TRF4. Há uma série de atos de apoio ao ex-presidente programados para a data e para os dias 22 e 23. Além dos policiais que estão no Litoral, também vão reforçar a segurança da cidade PMs dos batalhões de operações especiais de Santa Maria e de Passo Fundo. A Secretaria da Segurança Pública não detalhou o planejamento previsto, mas garantiu que já tem planos para que o policiamento não seja prejudicado nas cidades de onde os PMs serão deslocados.
O julgamento da apelação do ex-presidente em processo resultante de Operação Lava-Jato, no qual foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, foi marcado pelo presidente da 8ª Turma do TRF4, desembargador Leandro Paulsen. A sessão ocorrerá 196 dias após a sentença de primeira instância, proferida pelo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sergio Moro, em 12 de julho, quando Lula foi condenado a nove anos e seis meses de prisão.
Na sentença original, Lula foi considerado culpado por ter recebido R$ 2,4 milhões em propina da construtora OAS: R$ 1,1 milhão na aquisição de um tríplex no Guarujá, no litoral de São Paulo, e mais R$ 1,3 milhão na reforma e decoração do imóvel, tendo ocultado e dissimulado as vantagens indevidas.
Em troca, teria direcionado à empreiteira contratos na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (REPAR) e na Refinaria do Nordeste Abreu e Lima (RNEST). Além do tempo de reclusão, Lula foi condenado a pagar multa de R$ 669,7 mil.