Após a Assembleia Legislativa concluir o último dia de convocação extraordinária sem votar nenhum dos projetos encaminhados pelo governo estadual, o governador José Ivo Sartori fez um duro pronunciamento no início da noite desta quarta-feira (31), cobrando união dos deputados estaduais para aprovar a adesão do Estado ao regime de recuperação fiscal da União.
Em sua fala, o governador disse que não se pode "que as briguinhas ideológicas tranquem o progresso do Estado" e condenou o impasse na Assembleia:
— Passaram três dias e a presidência da Assembleia, com o apoio dos deputados da oposição, não votou nada, absolutamente nada! Não é que foram contra ou a favor, muito pior: não deixaram votar. Um Parlamento que não vota? Isso não é possível — discursou.
— É a primeira vez na história que isso acontece. Uma página triste para a política do Rio Grande do Sul e para o nosso Parlamento, que tanto nos honrou.
Sartori também criticou a oposição por trancar a pauta da Assembleia:
— Quem vai responder pelo atraso dos salários? Pelo pagamento dos hospitais? Pelo pagamento aos municípios? (...) Se o atraso dos salários aumentar, esses setores políticos vão ser responsabilizados — disse o governador, que se disse esperançoso na aprovação dos projetos:
— Só espero que a minoria não impeça a maioria de votar.
Um Parlamento que não vota? Isso não é possível.
JOSÉ IVO SARTORI
governador do Estado
Três dias sem avanço
A Assembleia Legislativa concluiu nesta quarta-feira o terceiro e último dia de convocação extraordinária sem votar nenhum dos quatro projetos encaminhados pelo governo de José Ivo Sartori. Mais uma vez, a base aliada sucumbiu à estratégia da oposição e não emplacou os projetos que considera vitais para o futuro do Rio Grande do Sul. Depois do fracasso no plenário, as atenções se voltam, agora, para a próxima terça-feira (6), quando termina o recesso parlamentar.
A primeira proposta a entrar em debate será justamente a que autoriza o Estado a aderir ao regime de recuperação fiscal da União, que Sartori tentou aprovar nos últimos três dias, sem sucesso. As outras três PECs que estavam na pauta da convocação extraordinária — que autorizavam a venda de Sulgás, CEEE e CRM sem a necessidade de plebiscito — agora não têm previsão para serem apreciadas pelos deputados.