O ministro da Justiça, Torquato Jardim, garantiu nesta sexta-feira (19), em Porto Alegre, que não há qualquer informação concreta sobre ameaças enviadas aos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). A Corte julgará o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quarta-feira (24) e, segundo afirmações recentes do presidente do tribunal, Carlos Eduardo Thompson Flores, os seus colegas desembargadores vêm recebendo ameaças via internet, carta e telefone.
— Nem ele (secretário da Segurança, Cezar Schirmer), nem eu recebemos qualquer informação concreta de nomes ou ação de ameaça (contra magistrados do TRF4). Há muita informação nas redes sociais, isso é natural, a internet é para isso mesmo, mas não recebemos aviso concreto — afirmou o ministro, garantindo que a segurança dos desembargadores já foi planejada.
Segundo Torquato, o importante é que os discursos agressivos não se transformem em ações físicas:
— Uma coisa é o grito de discurso e retórica, outra é a ação. Não me preocupa o grito, a ameaça, desde que não se transforme em ação física ilegal.
Em pronunciamento no Palácio Piratini, o ministro disse ainda que o julgamento de Lula é um fato histórico, mas não o maior do Judiciário brasileiro. Segundo ele, o julgamento que levou à cassação do registro do Partido Comunista Brasileiro (PCB), concluído em maio de 1947, foi mais relevante.
As afirmações foram feitas no Piratini, quando Torquato falava sobre a construção de uma penitenciária federal no Estado. De lá, o ministro seguiu para o TRF4, onde encontrou o presidente da Corte, em reunião fechada.