O pedido do prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan, para que a Força Nacional e o Exército participem da segurança durante o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi considerado por representantes do Partido dos Trabalhadores (PT) como uma medida "grave" e uma tentativa de intimidação dos manifestantes.
— Seria ridículo, se não fosse grave, o prefeito ter esse tipo de preocupação — afirmou o presidente da sigla no Rio Grande do Sul, Pepe Vargas.
O deputado federal criticou o fato de Marchezan querer mobilizar a Força Nacional por conta das manifestações que devem ocorrer durante o julgamento, na Capital.
— Me admira um gestor público ter um desconhecimento dessa natureza. Achar que pode se acionar a Força Nacional em razão de uma mobilização pública. A Constituição garante a liberdade de manifestação. A Força Nacional tem outras atribuições mais importantes — disse o deputado.
Pepe Vargas acusou ainda o prefeito de utilizar as redes sociais para incitar uma "manifestação de intolerância". Marchezan divulgou em sua conta no Twitter o ofício encaminhado para o governo federal e chamou a manifestação de "invasão em Porto Alegre".
— É uma forma de dialogar com setores retrógrados, reacionários e antipetistas. Ele deveria estar preocupado é em administrar Porto Alegre e não ficar fazendo esse tipo de manifestação em redes sociais.
Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, usou sua conta pessoal no Twitter para falar sobre o caso e considerou o pedido como "inacreditável". "É muito medo do povo", escreveu.
O ex-presidente nacional do PT, entre 2011 e 2017, Rui Falcão, também se manifestou por meio do Twitter. Ele considerou a medida de Marchezan como uma tentativa de "intimidar manifestantes pró-Lula".