O deputado federal Jair Bolsonaro e o presidente do Partido Social Liberal (PSL), Luciano Bivar, assinaram um termo, nesta sexta-feira (5), em que se comprometem a estar juntos na disputa à Presidência da República na eleição de 2018. O documento diz que o PSL "recebe Bolsonaro e sua pré-candidatura" e que o deputado "se sente abrigado pela legenda".
Segundo a assessoria de Bolsonaro, trata-se de um pré-acordo de filiação. Hoje, o deputado ainda está filiado a Partido Social Cristão (PSC).
O pré-acordo de Bolsonaro com o PSL ocorre menos de dois meses após o deputado federal assinar documento semelhante para concorrer à Presidência da República pelo Patriota (antigo PEN), com filiação prevista para março. Desde novembro de 2017, integrantes da sigla cobravam uma sinalização definitiva – com receio de que Bolsonaro migrasse para um partido com mais tempo de TV, por exemplo.
No documento divulgado nesta sexta-feira, Bolsonaro e Bivar dizem que "são prioridade para o futuro do país o pensamento econômico liberal, sem qualquer viés ideológico, assim como o soberano direito à propriedade privada e a valorização das Forças Armadas e de segurança".
O texto diz ainda que "ambos comungam também da necessidade de preservar as instituições, proteger o Estado de Direito em sua plenitude e defender os valores e princípios éticos e morais da família brasileira". Por fim, a nota afirma que Bolsonaro e o PSL "serão um só" a partir de agora.
Criado em 1994, o PSL tem cerca de 224 mil filiados em todo o país, segundo dados de 2016. Na atual legislatura, conta com três deputados federais — Alfredo Kaefer (PR), Dâmina Pereira (MG) e o presidente do partido, Luciano Bivar (PE) — e nenhum senador.
Debandada
A decisão de abrigar Bolsonaro teve reação imediata de parte dos filiados ao PSL. Diante da confirmação do pré-acordo, o Livres, movimento liberal criado dentro do partido, anunciou que migrará para outra legenda, ainda não escolhida. Entre os líderes do Livres está Fábio Ostermann, pré-candidato ao Piratini e atual presidente estadual do PSL.
— Nos pegaram de surpresa, tudo se desenvolveu de maneira muito rápida. Fomos golpeados pela velha política — desabafou Ostermann.
Em nota oficial, o movimento afirma que a chegada de Bolsonaro é "inteiramente incompatível com o projeto do Livres de construir no Brasil uma força partidária moderna, transparente e limpa". "Recusamos a reciclagem do passado. Não vamos arrendar nosso projeto à velha política de aluguel. Nosso compromisso não é com a popularidade das pesquisas da semana passada, mas com a população de um país que exige a transformação da política partidária. Não queremos servir a um grande nome, mas sim à grande massa de batalhadores de nosso Brasil. Se hoje a velha política nos derrota é porque ela não conseguiu nos conquistar", diz o texto.