Política

Julgamento de Lula

Área próxima ao TRF4 tem reforço de PMs e moradores de rua retirados

PMs a pé, a cavalo e motorizados reforçam a segurança na região onde ocorrerá o julgamento do ex-presidente Lula. No Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, moradores de rua já não estão mais no local

Juliana Bublitz

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Lauro Alves / Agencia RBS
PMs a cavalo atuam em três trios nos arredores do TRF4

Com a proximidade do julgamento do recurso do ex-presidente  Luiz Inácio Lula da Silva, o número de policiais militares cresce a cada dia no entorno do Tribunal Regional da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre. Além do reforço do policiamento na região, pessoas em situação de rua que viviam no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho — onde deverão se concentrar  as manifestações pró-Lula na próxima quarta-feira (24) — foram retiradas do local nos últimos dias.

Na manhã desta quarta (17), três trios de PMs a cavalo (do 4º Regimento de Polícia Montada da Capital) faziam ronda na área, que, por enquanto, segue aberta ao público. O local também contava com efetivo a pé e motorizado, tanto diante do prédio do TRF4 quanto em uma das entradas do parque, junto à Churrascaria Galpão Crioulo, na Rótula das Cuias e na Avenida Loureiro da Silva. A maior parte deles era constituída de profissionais do Batalhão de Operações Especiais (BOE) de Santa Maria e de Passo Fundo, auxiliados por cães treinados.

— Na semana que vem vou poder continuar caminhando aqui, né? — brincou um usuário do parque que costuma se exercitar no local, ao se dirigir a PMs montados.

Lauro Alves / Agencia RBS
PMs do BOE de Santa Maria reforçam policiamento com a ajuda da pastora alemã Shakira

A tendência, segundo o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Mario Ikeda, é de que a movimentação de agentes na região siga aumentando até a data do julgamento. Além dos PMs do Interior, estão sendo chamados de volta à Capital profissionais que estavam atuando na Operação Golfinho, no Litoral.

Ikeda informou que nos próximos dias será divulgado o esquema oficial de segurança. A estratégia deverá incluir cerca de mil policiais, em uma ação semelhante à adotada no depoimento de Lula em Curitiba (PR), em maio de 2017. 

Lauro Alves / Agencia RBS
PMs estão espalhados pelo Parque Maurício Sirotsky Sobrinho

— Por enquanto, está tudo tranquilo. Esperamos que continue assim — diz o comandante.

Quanto ao parque, equipes do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) já foram enviadas para limpar o local e cortar a grama. O trabalho, segundo o prefeito em exercício, Gustavo Paim (PP), ainda está em andamento.

— É uma ação forte para que não tenha nada ali que possa potencializar alguma intercorrência — ressalta.

Lauro Alves / Agencia RBS
Local antes ocupado por moradores de rua ficou vazio

Paim explica que, com autorização da Justiça, a prefeitura também retirou do parque, no fim de semana, moradores de rua que habitavam estruturas públicas nas proximidades do TRF4 — somente andarilhos continuam circulando pelas redondezas, conforme constatou GaúchaZH.

De acordo com o comandante da BM, a medida é uma forma de evitar riscos e de deixar a área livre. A princípio, por decisão da Justiça, não será permitido acampar no local sem autorização, e as forças de segurança trabalham para evitar problemas.

Lauro Alves / Agencia RBS
Moradores de rua deixaram pertences para trás

— Foram retiradas cerca de 10 pessoas, que receberam encaminhamentos e alternativas, como o aluguel social. A maioria já tinha cadastro na prefeitura. Tudo foi feito dentro da normalidade — garante Paim.

O prefeito em exercício tem participado das reuniões do Gabinete de Gestão de Eventos Críticos no Centro Integrado de Comando (Ceic). Uma delas ocorreu na manhã desta quarta. A principal preocupação do poder municipal, no momento, é em relação ao trânsito, já que o perímetro em torno do TRF4 deverá ser fechado e são esperados muitos ônibus de apoiadores de Lula. Os detalhes serão anunciados nos próximos dias.  

— A EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) está montando o plano de ação e preparando uma análise de alternativas — diz Paim.

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