A Executiva do PSDB se reuniu nesta quarta-feira (6), em Brasília, para discutir a reforma da Previdência. Dividido sobre apoiar os projetos do governo, o partido ainda avalia se fechará questão sobre o tema – ou seja, se haverá uma indicação de posicionamento aos parlamentares da sigla.
Apesar das tentativas de pacificação entre os tucanos, o racha no partido ficou evidente com a ausência na reunião de alguns nomes importantes, como do líder da legenda na Câmara, Ricardo Trípoli (SP).
Ao todo, participaram da reunião 14 integrantes do PSDB, entre senadores e deputados, além do secretário da Previdência, Marcelo Caetano, e do relator da reforma, deputado Arthur Maia (PPS-BA), que expuseram detalhes sobre a proposta. O presidente interino do partido, Alberto Goldman, atribuiu o baixo quórum a outras agendas sobre o tema.
– Ontem (terça-feira) à noite, o líder (Trípoli) decidiu fazer uma convocação na Câmara, se debateu isso durante horas, mas eles (deputados tucanos) achavam que não precisavam vir na de hoje, porque já estavam discutindo o assunto – justificou.
No caso de Trípoli, Goldman alegou que ele não compareceu porque foi convocado para uma reunião de líderes pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Sobre a indefinição em torno da votação da reforma, o presidente interino do PSDB disse que, pessoalmente, aprova as mudanças, mas muitos deputados ainda estão indecisos.
– Foi uma reunião para esclarecimentos. Alguns têm posição clara contra, outros a favor, e talvez a maioria ainda vacilando, ainda sem convicção da necessidade das mudanças – disse Goldman.
Presente ao encontro, o senador Aécio Neves (MG) afirmou que defenderá fechamento de questão a favor da reforma. Para ele, a definição pode ocorrer após a convenção nacional do partido, que ocorrerá no próximo sábado (9).
Com dificuldades para aprovar a reforma da Previdência, o presidente Michel Temer assumiu pessoalmente as negociações com os líderes partidários. Nesta quarta, se reuniu com representantes de partidos da base, em um café da manhã, e terá outro encontro à noite.
O governo só deve colocar o projeto em votação se tiver garantia dos 308 votos necessários para a aprovação.