O presidente Michel Temer disse, nesta terça-feira (5), que a reforma da Previdência não deve ser pautada na próxima semana se a base governista não reunir votos suficientes para aprová-la. Temer disse que conversou sobre isso com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
— Evidentemente, temos de ver se tem votos (para aprovação). Se não tiver votos, não tem sentido colocar (em votação). Essa é a principal ideia. Eu acho que vai ser agora pelo que estou sentindo. Estou animadíssimo — disse Temer antes de almoçar no Itamaraty com o presidente boliviano, Evo Morales.
O presidente afirmou que, se a reforma passar, será necessário revisar as regras da aposentadoria em até 10 anos. Do contrário, o próximo presidente teria de promover uma reforma mais pesada no prazo de dois anos.
— Eu sinto que o povo já está compreendendo a indispensabilidade da Previdência. Você faz uma reforma agora para fazer outra daqui a oito ou 10 anos, ou então tem de fazer uma daqui a um ou dois anos inteiramente radicalizada, muito mais pesada do que aquela que faria hoje — disse. — Houve um bom esclarecimento sobre a reforma da Previdência porque, no primeiro momento, houve uma campanha equivocada contra a medida.
Temer afirmou que seu partido, o PMDB, vai tentar fechar questão para obrigar deputados a votarem a favor da reforma. Segundo ele, o PP e o PTB sinalizaram que farão o mesmo.
— Há uma tentativa do PMDB de fechar questão, o PP talvez também feche. O PTB está fechando.
Temer disse que o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), está disposto a votar a reforma em fevereiro de 2018, se aprovada na Câmara ainda neste ano. O presidente disse que, por enquanto, não haverá mais liberação de verbas em troca de votos, além de pelo menos R$ 2 bilhões anunciados na segunda-feira (4) para prefeitos e condicionados à aprovação da reforma pelos parlamentares.
O presidente minimizou as críticas do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, à indecisão do PSDB quanto à reforma.
— Ele fez uma declaração de acordo com as concepções dele. Mas nada agressivo com relação ao PSDB. Foi uma análise sociológica — disse Temer.