Depois de dois adiamentos por complicações de saúde, o presidente Michel Temer recebeu na manhã desta terça-feira, 5, o presidente da Bolívia, Evo Morales, no Palácio do Planalto e oferecerá à comitiva boliviana um almoço no Itamaraty. Temer e Evo possuem uma agenda bilateral de negócios entre os dois países e estavam reunidos por volta das 12h em uma sala do Planalto discutindo os termos.
Durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Morales acusou Temer de promover um golpe "judicial e parlamentar" e retirou o embaixador do País, um gesto diplomático de repúdio. A Bolívia foi um dos países latino-americanos que não reconheceu o afastamento de Dilma.
Agora, Evo, que comanda a Bolívia desde 2006, se prepara para tentar concorrer ao quarto mandato consecutivo, o que não era permitido pela constituição, mas foi autorizado pelo Tribunal Constitucional boliviano, sob protestos da oposição. Ele poderá ficar quase duas décadas no poder.
Morales foi recebido pelo presidente e por uma delegação de ministros, entre eles os tucanos Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo). Integraram a comitiva brasileira, entre outros, os ministros: Eliseu Padilha (Casa Civil), Torquato Jardim (Justiça), Sergio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional), Mauricio Quintella Lessa (Transportes), Fernando Bezerra Coelho (Minas e Energia).
Antes do encontro com Temer, Evo se reuniu com quatro governadores de Estados da região próxima à fronteira com a Bolívia: Acre (Tião Viana), Rondônia (Confúcio Moura), Mato Grosso (Pedro Taques) e Mato Grosso do Sul (Reinaldo Azambuja). Na reunião, eles discutiram integração energética (venda de gás e energia e construção de hidrelétricas e termoelétricas) e a instalação de um porto fronteiriço na cidade boliviana de Puerto Ustares, onde o grupo se encontrará novamente no dia 30 de janeiro de 2018. Também foram acertadas propostas comerciais e de transporte.