
Professores ligados ao Cpers-Sindicato invadiram o gabinete do deputado estadual e líder do governo na Assembleia, Gabriel Souza (PMDB), no final da manhã desta terça-feira (7). A ação ocorreu pouco depois da reunião entre os grevistas e integrantes da Secretaria da Educação (Seduc), no Centro Administrativo, em Porto Alegre.
Conforme a presidente do Cpers, Helenir Schürer, a decisão de invadir o local foi tomada porque a categoria quer uma reunião urgente com o governo do Estado para discutir o fim da paralisação – iniciada em 5 de setembro. O deputado Gabriel Souza, que estava em reunião com lideranças da Assembleia, afirmou que só irá atender os professores se eles desocuparem o gabinete.
Pela manhã o sindicato apresentou à Seduc uma proposta para retomada das atividades. Os grevistas pediram, entre outras medidas, que parte do ano letivo seja concluído em 2018. Entretanto, os docentes querem ter direito ao período de 45 dias de férias entre janeiro e fevereiro, como previsto em lei.
A secretária-adjunta da Educação, Iara Wortmann, afirmou que encaminharia a proposta ao governo do Estado ao longo do dia, mas se mostrou surpresa com o pedido dos docentes.
Os professores já estão em greve há mais de dois meses. Uma das principais reivindicações é o fim do parcelamento de salários dos servidores do Executivo estadual.
Em nota, o deputado Gabriel Souza classificou a invasão como "um ato de desrespeito e intolerância dos grevistas". O peemedebista se colocou "à disposição do Cpers para ir até a sede do sindicato e, mais uma vez, ouvir suas reivindicações" após o fim da ocupação.
Leia a íntegra da nota:
"A invasão do meu gabinete na manhã desta terça-feira, 7, realizada por sindicalistas ligados ao Cpers foi um ato de desrespeito e intolerância dos grevistas. Durante cerca de três horas, um grupo de quase cem pessoas, ocupou todas as salas, impediu a passagem dos servidores e tornou inviável o trabalho dos funcionários do gabinete.
Reforço que sempre estive à disposição para o diálogo. Só neste período de greve já me reuni diversas vezes com o Cpers para encontrar uma solução para este impasse e garantir a educação de milhares de alunos.
Ressalto ainda que, com o fim da invasão e após o fim da sessão plenária de hoje, me coloco à disposição do Cpers para ir até a sede do Sindicato e, mais uma vez, ouvir suas reivindicações."