Com uma forte articulação de empresários e políticos em torno da proposta, a discussão sobre a legalização dos jogos de azar no Brasil voltou à pauta nas últimas semanas. E a Caixa Econômica Federal quer ser o agente operador das apostas no país.
Em entrevista ao Gaúcha Atualidade na manhã desta quarta-feira (15), o presidente do banco, Gilberto Occhi, defendeu a proposta de que a Caixa centralize a arrecadação das casas de jogos, faça os pagamentos aos apostadores e até mesmo forneça a autorização para funcionamento das empresas.
Para o executivo, o banco tem "credibilidade" para exercer essa função no país:
— A Caixa administra as loterias há mais de 40 anos (...) nunca teve uma fraude sequer nas loterias da Caixa — disse, afirmando que a instituição "tem o respeito da sociedade".
Ouça a íntegra da entrevista:
Deputados da recém-lançada frente parlamentar pela aprovação do marco regulatório dos jogos no Brasil se reuniram na semana passada com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para articular a votação, ainda em novembro, do projeto de lei que libera a atividade. O Senado cogita fazer o mesmo e, ao final, uma das hipóteses é que um relator faça a fusão dos textos das duas casas.
Na entrevista à Rádio Gaúcha, Occhi também falou sobre a possibilidade de ser indicado pelo PP ao comando do Ministério das Cidades — cargo vago após o pedido de demissão do deputado Bruno Araújo (PSDB-PE).
— Isso tudo é uma especulação. Sou uma pessoa técnica e vou estar à disposição do Partido Progressista, mas é só especulação, não tem nenhuma certeza de mudança — disse Occhi, que foi ministro da Integração Nacional até abril do ano passado, quando pediu demissão à então presidente, Dilma Rousseff.
O presidente da Caixa disse que "muito o honraria" receber um convite para voltar a integrar o alto escalão do governo federal, porque isso demonstra "confiança" em seu trabalho, mas alegou que tem um projeto à frente do banco e que pretende dar seguimento a ele.