Todos os políticos citados em esquema de propina para compra ou alteração de leis no Congresso, com o objetivo de isentar setores da economia de impostos, negaram as acusações.
Delatores – entre eles, o ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho – afirmaram a investigadores da Operação Lava-Jato que empresas pagaram pelo menos R$ 625 milhões a políticos para interferirem em medidas provisórias (MPs). As isenções a setores da economia chegaram a ao menos R$ 165 bilhões, mais do que a previsão de rombo no orçamento da União neste ano, de R$ 159 bilhões.
A defesa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o deputado está seguro de que a investigação vai comprovar sua inocência.
Em nota, o senador e líder do governo na Câmara, Romero Jucá (PMDB-RR), alegou que medidas provisórias só são levadas adiante se aprovadas pela equipe econômica do governo se podem beneficiar a economia. "Se não há aprovação das áreas econômicas dos governos, as mesma são vetadas, uma vez que o presidente da República é quem sanciona qualquer alteração em leis".
A assessoria do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) disse que o parlamentar já prestou depoimento sobre as acusações – e que mostrou não ter feito articulação em defesa das propostas. "Apresentou todas as provas, documentos e até notas taquigráficas de todas as discussões dessas MPs", diz a nota.
O advogado Délio Lins e Silva Júnior, que representa o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, preso em Brasília, se limitou a negar as acusações contra o ex-parlamentar.
A equipe do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), não foi encontrada no dia do fechamento da reportagem. A defesa da presidente cassada Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não responderam aos questionamentos até a conclusão da edição.