A maioria dos brasileiros ouvidos pelo instituto Datafolha quer a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a continuidade da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o atual ocupante do cargo, Michel Temer (PMDB). As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Dos entrevistados, 54% consideram que as investigações da Operação Lava-Jato relacionadas ao petista como suficientes para justificar a prisão. No sentido inverso, 40% avaliam que não há motivos para a detenção, e outros 5% não opinaram. No final de semana, o instituto também apontou que, mesmo com a condenação em primeira instância, o ex-presidente lidera, em todos os cenários, a corrida presidencial de 2018.
No caso de Temer, 89% dos entrevistados são favoráveis à autorização, pela Câmara dos Deputados, da abertura de processo contra o peemedebista por organização criminosa e obstrução da Justiça. Apenas 7% dos ouvidos são contrários à aprovação da denúncia.
O Datafolha ouviu 2.772 pessoas em 194 cidades, entre 27 e 28 de setembro, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
A situação de Lula
Lula foi condenado a nove anos e seis meses de prisão. Em sua decisão, o juiz Sergio Moro considerou que o petista recebeu um apartamento em Guarujá (SP) como propina da construtora OAS. No entanto, conforme o Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente só poderá ir para a cadeia caso a sentença seja confirmada em segunda instância, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, de Porto Alegre.
O Datafolha também divulgou que o apoio dos entrevistados à prisão de Lula cresce segundo o grau de instrução (69% entre os que têm nível superior e 37% entre aqueles com nível fundamental) e a renda familiar mensal (chega a 76% no grupo mais rico e a 42% no mais pobre). Além disso, a avaliação geral é de que o petista não será detido ao término das investigações (66% no total).
A situação de Temer
Temer é acusado pela PGR de liderar um esquema do PMDB que teria recebido pelo menos R$ 587 milhões em propina. Segundo a denúncia, o presidente também teria avalizado a compra do silêncio, pela JBS, do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso. Para a denúncia virar ação penal, é necessária aprovação de dois terços da Câmara.