O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou, na tarde desta quinta-feira (14), a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, por obstrução da Justiça e organização criminosa. O documento atinge mais seis membros do PMDB apontados como parte do "quadrilhão" do partido. Além deles, o empresário Joesley Batista, do grupo J&F, e o executivo da companhia Ricardo Saud também são alvos da denúncia.
Confira a lista de denunciados:
Eliseu Padilha (PMDB-RS
O ministro da Casa Civil é considerado um dos homens mais próximos de Temer. Segundo a denúncia, Padilha e seus colegas de partido formaram um núcleo para cometer crimes contra empresas e órgãos públicos. Pesa contra o ministro a acusação de organização criminosa.
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Moreira Franco (PMDB-RJ)
Foi nomeado ministro da Secretaria-Geral em fevereiro deste ano. Nome próximo ao presidente, também é o secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), o projeto de concessões e privatizações do governo federal. É acusado por Janot pelo crime de organização criminosa.
Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
O ex-deputado teve o mandato cassado em setembro de 2016. Três meses depois, foi preso no âmbito da Operação Lava-Jato. Em março deste ano, amargou condenação a 15 anos de reclusão. É acusado por Janot de cometer crime de organização criminosa.
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN)
O ex-ministro do Turismo e ex-presidente da Câmara dos Deputados era apontado como um dos principais aliados de Temer. Em 2016, foi citado em acordo de delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. O episódio fez com que Alves pedisse demissão do Ministério do Turismo. Foi preso em junho do ano passado. É acusado por Janot de cometer crime de organização criminosa.
Geddel Vieira Lima (PMDB-BA)
O ex-ministro da Secretaria de Governo é mais um dos integrantes do grupo do PMDB que detém a confiança de Temer. Neste mês, Geddel foi preso pela segunda vez, depois de a Polícia Federal (PF) apontar sua ligação com os R$ 51 milhões encontrados dentro de caixas e malas em um apartamento de Salvador (BA).
Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR)
O ex-deputado federal e ex-assessor de Temer ganhou repercussão nacional neste ano, após ser flagrado, pela PF, recebendo mala com R$ 500 mil em cédulas de R$ 50. Conforme investigações, Loures pegou a propina da JBS após ser nomeado pelo presidente para atender a pendências dos negócios de Joesley Batista no governo. Foi preso em junho e solto no mês seguinte. É acusado por Janot de cometer crime de organização criminosa.
Joesley Batista
O empresário é um dos donos do grupo grupo J&F, que controla a JBS. Foi um dos responsáveis pela recente crise que atingiu o governo Temer, depois de gravar conversa com o presidente em um encontro fora da agenda do peemedebista. Joesley se apresentou à PF no domingo (10) e está preso em Brasília. É acusado por Janot de cometer crime de obstrução da Justiça.
Ricardo Saud
Atuou como diretor de Relações Institucionais da J&F. A exemplo de Joesley, o delator se apresentou à PF no domingo (10), antes de ser levado para prisão em Brasília. É acusado por Janot de cometer crime de obstrução da Justiça.