O governo federal e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) têm uma nova prioridade para as eleições de 2018: os robôs na internet e as fake news, como são chamadas as notícias falsas espalhadas online. Conforme o jornal O Estado de S. Paulo, Exército, Polícia Federal (PF), Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a Corte eleitoral discutem, junto ao Google e ao Facebook, estratégias para conter os fenômenos que ocorreram nas eleições presidenciais de 2014 e na última corrida nos Estados Unidos.
O Ministério da Defesa deve atuar no combate aos crimes eleitorais cometidos por organizações e os que ocorrem na internet. O ministro Raul Jungmann ponderou que a pasta reforçará o trabalho do TSE, que, sozinho, não tem funcionários para realizar todas as ações necessárias.
As fake news apareceram nas eleições presidenciais de 2014 no Brasil, quando centenas de pessoas foram à Caixa retirar o valor correspondente ao Bolsa Família após boatos de que Dilma Rousseff extinguiria o benefício. Nos Estados Unidos, o fenômeno ajudou a polarizar o embate entre Hillary Clinton e Donald Trump — este, em especial, usa das notícias falsas deliberadamente, em benefício próprio, até hoje.
O fenômeno se difundiu com a polarização política e com o impeachment da petista. Hoje, a avaliação é de que as notícias falsas podem ser um problema nas próximas eleições. Um ministro do TSE que não quis se identificar declarou ao Estado de S. Paulo que a corte navega "em um mar sem bússola".
Conforme o jornal, integrantes do tribunal eleitoral se reuniram com funcionários do Facebook e do Google na última quinta-feira (26) e ouviram a confirmação de que as empresas se comprometeram a cumprir decisões judiciais contra conteúdos considerados ofensivos. O TSE deve, até o fim de novembro, apresentar um texto-base com as propostas para combater as fake news, após audiências públicas.