A decisão do governo do Estado de corrigir valores pagos em atraso ao funcionalismo, anunciada na tarde desta terça-feira, em Porto Alegre, é alvo de críticas de entidades de classe. Para o presidente da Federação Sindical dos Servidores Públicos do Estado (Fessergs), Sérgio Arnoud, a medida não impedirá a multiplicação de ações na Justiça contra a gestão de José Ivo Sartori.
– O governo está batendo cabeça. Um dia diz que vai atrasar de novo os salários porque não tem dinheiro. No outro dia, diz que vai dar a correção. Está tentando construir uma justificativa para neutralizar as ações que já está recebendo e que se tornarão milhares, porque o problema vai muito além disso – diz Arnoud.
O 1º vice-presidente do Sindicato dos Técnicos-Científicos do Rio Grande do Sul (Sintergs), Guilherme Toniolo, afirmou que Sartori "está desesperadamente tentando resolver o passivo que criou", mas "quer indenizar com um juro ridículo".
– E aqueles servidores públicos que entraram no rotativo do cartão de crédito? E aqueles que tiveram que pegar empréstimos com juros maiores? E aqueles que deixaram de pagar contas, o financiamento da casa? O juro foi bem maior. Mais uma vez, esse governo não está sendo claro e tampouco está trabalhando com seriedade – declarou Toniolo.
Apesar da reação negativa das entidades, a cúpula do governo reforçou, durante a coletiva de imprensa na qual anunciou a decisão, que a medida foi tomada para demonstrar "respeito aos servidores".
– O que precisa ficar claro, neste momento, é que o Estado está reconhecendo um direito dos servidores. Se tiver o aval da Assembleia, fará o pagamento da indenização de qualquer forma, para mitigar as dificuldades provocadas pelos parcelamentos – disse o secretário de Comunicação, Cleber Benvegnú.