O Diretório Nacional do PT decidiu nesta sexta-feira (22) suspender por 60 dias o ex-ministro Antonio Palocci das atividades partidárias. O motivo é o depoimento de Palocci ao juiz Sergio Moro no qual o ex-ministro disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha um "pacto de sangue" com a empreiteira Odebrecht.
"Ao mentir, sem apresentar provas e seguindo um roteiro pré-estabelecido em seu depoimento na 13ª Vara da Justiça Federal, em Curitiba, no último dia 6 de setembro, Palocci colocou-se deliberadamente a serviço da perseguição político-eleitoral que é movida contra a liderança popular de Lula e o PT. Desta forma, rompeu seu vínculo com o partido e descomprometeu-se com a sua militância", diz a resolução aprovada nesta sexta.
Embora tenham aprovado a suspensão, integrantes da direção petista dizem, de forma reservada, que a punição é inócua já que Palocci está preso desde setembro do ano passado e afastado há anos das funções partidárias.
Além disso, na segunda-feira o diretório municipal do PT de Ribeirão Preto, onde o ex-ministro é filiado, instaurou uma comissão de ética para apurar o caso de Palocci. Na prática, o PT de Ribeirão deu início ao processo de expulsão do ex-ministro.
– Como abriram uma comissão de ética para ele em Ribeirão Preto, usamos o estatuto e suspendemos por 60 dias – explicou a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.
Segundo ela, ao contrário do PT de Ribeirão Preto, que no primeiro momento chegou a dizer que Palocci havia entregado Lula "sob tortura", o ex-ministro mentiu para, em troca, obter a redução da pena de 12 anos a qual foi condenado.
– Este não é o entendimento nosso. Somos muito diretos dizendo que Palocci mentiu para negociar a redução da sua pena. Não acho que agiu sob tortura – disse Gleisi.