O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), que foi recebido na terça (26) e nesta quarta-feira (27) pelo presidente Michel Temer, disse que os encontros foram "entre dois amigos" e que não houve uma pauta específica.
— Sou amigo do presidente há mais de 30 anos, a gente se dá bem há 30 anos e o que eu sei é que ele quer o bem do país — disse o deputado.
Maluf disse que não caberia a ele comentar o conteúdo das conversas com o presidente, mas afirmou, no entanto, ter certeza de que a denúncia por obstrução da Justiça e organização criminosa contra Temer "não tem fundamento".
— É uma denúncia vazia, crime seria se ela seguisse adiante — declarou.
O deputado criticou a postura do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e disse que "querem parar o país com mentiras e fofocas".
— O Dr. Janot deveria saber que fatos anteriores ao mandato não poderiam ser colocados em uma denúncia contra o presidente. Ele não poderia ter feito o que fez — afirmou.
Maluf, que almoçou com o presidente e com um grupo de parlamentares, incluindo o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), garantiu que o presidente não fez comentários sobre o tema.
— Mas, da minha boca, eu posso dizer, repito: é uma denúncia vazia, sem fundamento — disse.
O deputado disse ainda que o único comentário que podia fazer sobre o presidente é que Temer é "afável, tranquilo e patriota".
— Ele está interessado em acertar a economia do país — declarou.
Julgamento
Na terça-feira (26), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o julgamento de um recurso da defesa de Maluf contra a condenação que lhe foi imposta pelo colegiado em maio. O deputado paulista foi condenado a sete anos, nove meses e 10 dias de prisão em regime fechado e à perda do mandato na Câmara. Ele é acusado de lavagem de dinheiro em movimentações bancárias de US$ 15 milhões entre 1998 e 2006, em contas na Ilha de Jersey — paraíso fiscal localizado no Canal da Mancha.
Após o relator ministro Edson Fachin votar pela rejeição dos embargos declaratórios (tipo de recurso apresentado pela defesa) , o ministro Marco Aurélio Mello pediu vista, ou seja, tempo para análise.