Por 12 votos a dois, o Conselho de Ética do Senado arquivou, nesta terça-feira (8), denúncia contra seis senadoras da oposição que protestaram durante a votação da reforma trabalhista na Casa. Na ocasião, as parlamentares ocuparam a mesa diretora do plenário, interrompendo a sessão e atrasando a análise do projeto.
A sessão do conselho foi marcada por confusão logo no início, quando o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), exaltado, protagonizou discussões com colegas que quase acabaram em agressão física.
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– Essa reunião é ridícula. Vocês arquivaram o caso do Aécio (Neves), que tinha mala de dinheiro. Agora vão punir senadoras por sentar na mesa do Senado – afirmou o petista, que, com dedo em riste, acusou o presidente do conselho, senador João Alberto (PMDB-MA), de estar desmoralizado.
No mês passado, a maioria do conselho decidiu arquivar representação contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), com base na delação premiada de Joesley Batista, da JBS.
A denúncia no Conselho de Ética tinha como alvo as senadoras Fátima Bezerra (PT-PB), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Ângela Portela (PDT-RR), Regina Souza (PT-PI), Lídice da Mata (PSB-BA) e Vanessa Grazziotin (PC do B-AM). O processo já havia sido aceito por João Alberto, que marcou a reunião desta terça para definir o relator.
O senador Humberto Costa (PT-PE), porém, pediu a João Alberto para reconsiderar a decisão. O requerimento de Costa foi aprovado pela maioria do colegiado.
– Em tempo de criminalização da política, não pode esta Casa Legislativa adentrar a essa seara, tentando intimidar o legítimo direito de manifestação de seus pares – afirmou Costa no pedido, que foi subscrito por mais 21 senadores.