Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entraram, nesta quinta-feira (20), com mandado de segurança no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) para impugnar a decisão do juiz Sergio Moro que bloqueou bens do petista.
"Uma vez que o próprio Moro reconheceu, em decisão dada na semana passada, que não houve dano financeiro da Petrobras na ação do ex-presidente, não haveria por que determinar o futuro cumprimento de reparação deste prejuízo", disse a defesa.
– Não há demonstração de conduta para dilapidar patrimônio – disse o advogado Cristiano Zanin Martins, durante uma reunião com a imprensa na qual estavam presentes as principais lideranças do PT, pouco antes do ato na Avenida Paulista em defesa do ex-presidente.
Zanin disse que a defesa "foi surpreendida" com a decisão do bloqueio porque ela se baseou em um pedido do Ministério Público Federal (MPF) feito há nove meses e que tramitou em sigilo.
– Nem os advogados de defesa tiveram acesso – criticou.
Segundo ele, o pedido do MPF "não apresentou qualquer elemento probatório que o justificasse".
– O Ministério Público só fez afirmação. Cogitar é diferente de provar. Mais uma vez, MPF fez pedido com base em cogitação – disse ele.
Aliados de Lula também usaram argumentos políticos para defender o ex-presidente. A senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, chamou de "chicana" a decisão de bloqueio de bens.
– É uma chicana, um absurdo que tem como objetivo dificultar a defesa e a subsistência de Lula – disse. – Para nós, soou como perseguição.
Política
Lula recorre contra bloqueio de bens decretado por Moro
Segundo advogado do ex-presidente, pedido do MPF "não apresentou qualquer elemento probatório que o justificasse"
Estadão Conteúdo
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