O empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, tentou marcar novo encontro com Michel Temer após gravar diálogo com o presidente no Palácio do Jaburu, em 7 de março. O executivo registrou troca de mensagens com Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor de Temer, investigado por receber R$ 500 mil de um executivo da JBS. As informações são do site G1.
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Joesley e Loures utilizaram aplicativo de troca de mensagens secretas, que apaga o texto após o conteúdo ser lido e avisa quando o destinatário faz print da tela. Para registrar o diálogo, o empresário utilizou outro celular para filmar e tirar fotos da tela do outro aparelho.
Nesse segundo encontro com Temer, Joesley queria falar sobre a Operação Carne Fraca, que apurou adulteração de produtos e corrupção no setor, deflagrada 10 dias depois da gravação da primeira conversa entre os dois, que é alvo de investigação na Lava-Jato.
Nas tratativas para a reunião, Joesley e Loures usam o apelido "chefe", em referência a Temer. Na ocasião, o ex-assessor afirmou que o presidente participaria de evento em São Paulo, mas estaria com agenda lotada.
Joesley também entregou à Justiça registros de mensagens, onde acerta propina R$ 6 milhões para o ministro da Indústria e Comércio Exterior, Marcos Pereira (PRB). Pereira teria recebido R$ 700 mil em encontro na casa do empresário. Joesley disse que ele e o ministro usavam o codinome "vinho" para propina.
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Contrapontos
O que diz o presidente Michel Temer:
O Palácio do Planalto afirmou que o presidente Michel Temer defendeu, independentemente das empresas que atuam na área, todo o setor agropecuário brasileiro sem atender aos pedidos de Joesley.
O que diz o ministro Marcos Pereira:
Por meio de sua assessoria de imprensa, Marcos Pereira negou as acusações e que os prints da conversa não correspondem ao contexto real dos fatos.