O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse, nesta segunda-feira (26), que não se sente "nada impedido" e não vê "nenhum impedimento" em relatar o inquérito que apura denúncias de ex-executivos da Odebrecht contra o senador afastado Aécio Neves. O ministro foi escolhido por meio de sorteio na Corte, e não quis falar com os jornalistas após uma palestra sobre saneamento no Instituto Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo.
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O ministro foi gravado, em uma interceptação telefônica feita pela Polícia Federal, no dia 26 de abril, em uma conversa com Aécio, que pede para Gilmar convencer o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) a seguir a posição dele próprio, Aécio, na votação do projeto que trata da lei de abuso de autoridade. Gilmar Mendes concorda e diz que vai ajudar o senador.
O inquérito instaurado na Corte contra Aécio foi redistribuído na sexta-feira (23), após decisão da presidente do STF, ministra Cármen Lúcia. Ela concordou com o argumento do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de que a investigação não está diretamente relacionada à Operação Lava-Jato, de relatoria do ministro Edson Fachin.