A despeito das mobilizações populares nos últimos dias contras as reformas do governo em discussão no Congresso, o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Pereira, acredita que será até mais fácil aprovar as mudanças na legislação trabalhista no Senado. Segundo ele, a resistência maior ainda gira em torno da reforma Previdenciária.
– A nossa expectativa é que a modernização da legislação trabalhista avance no Senado. Eu tenho muita esperança que no Senado será até um pouco mais fácil a aprovação da reforma trabalhista, porque são menos cabeças, a oposição é menor – argumentou Pereira, durante a cerimônia de posse de servidores do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), no Rio.
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O ministro avalia que o debate esteja mais acirrado no que se refere à Reforma Previdenciária.
– Nós estamos trabalhando, estamos empenhados. O governo já tem pelas contagens que fizemos votos suficientes para aprovar a reforma previdenciária na comissão. Agora, no plenário, é um outro momento, é uma outra discussão que será feita. Mas penso que a gente só deveria colocar em pauta, até porque isso já foi falado pelo Palácio do Planalto por aqueles que estão cuidando diretamente desse tema, quando tivermos votos suficientes – declarou Pereira.
PRB
Quanto aos quatro deputados de seu partido, o Partido Republicano Brasileiro (PRB), que votaram contra a reforma trabalhista na Câmara, o ministro argumentou que é natural da democracia.
– É natural, é da democracia. Às vezes o deputado tem lá a sua questão local, as suas dificuldades. Esses deputados têm militância em áreas sensíveis, como o Nordeste, um outro tem militância numa base muito popular aqui no Rio de Janeiro. Então é natural. O partido do presidente da República também não votou com unanimidade – lembrou Pereira, lembrando os dois votos contrários da bancada do PMDB.
O ministro afirmou não ter conhecimento sobre retaliações do governo do presidente Michel Temer aos rebeldes da base aliada.
– Eu não vejo por que haver retaliações, não tenho informações sobre isso. Uma retaliação aqui se houver, haverá uma necessidade de outro voto ali, e o diálogo vai progredindo – minimizou ele.
*Estadão Conteúdo