O ministro Edson Fachin autorizou a abertura de inquéritos contra seis senadores tucanos, com base nos depoimentos de delatores da Odebrecht. Presidente nacional do PSDB e candidato derrotado à Presidência em 2014, Aécio Neves (MG) é alvo de cinco dessas investigações. Além de Aécio, também são alvo José Serra (SP), Antonio Anastasia (MG), Cássio Cunha Lima (PB), Ricardo Ferraço (ES) e Dalírio Beber (SC).
Em um dos pedidos, requereu-se investigação sobre Aécio e Anastasia, seu aliado, por suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os colaboradores revelaram que, em 2010, a pedido de Aécio, pagaram R$ 5,4 milhões em "vantagens indevidas" para a campanha de Anastasia ao governo de Minas.
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Os delatores contaram ainda que, também por solicitação de Aécio, quando ainda era governador, desembolsaram em 2009 R$ 1,8 milhão para a campanha de Anastasia. Em 2014, a pedido de Aécio, haveria pagamento de caixa 2 para a campanha dele e de vários outros parlamentares, como Anastasia, o próprio Dimas e o ex-ministro Pimenta da Veiga.
Há ainda um terceiro pedido de investigação por outros repasses eleitorais em 2014. Janot solicitou um quarto inquérito para apurar indícios de corrupção, formação de cartel e fraude a licitações na construção da Cidade Administrativa, nova sede do governo mineiro.
Um quinto pedido de inquérito se refere ao pagamento de suborno para que Aécio favorecesse interesses da Odebrecht, em conluio com a Andrade Gutierrez, nas obras das usinas de Rio Madeira, Santo Antônio e Jirau.
Serra
Fachin autorizou que o senador José Serra (SP) seja investigado juntamente com o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, senador licenciado, por suposto recebimento de propina nas obras do Rodoanel paulista. Eles foram citados por sete delatores. Os colaboradores relataram que Andrade Gutierrez, Galvão Engenharia, Camargo Correa, Serveng Civilsan, OAS, Mendes Junior, Queiroz Galvão, CR Almeida, Constran e Odebrecht fizeram conluio para fraudar a licitação.
Os colaboradores também narram a ocorrência de solicitação de vantagem indevida, a pretexto de doação eleitoral, pelo então chefe da Casa Civil do governo de São Paulo, Aloysio Nunes – no valor de R$ 500 mil.
Fachin também autorizou a abertura de inquéritos contra Cássio Cunha Lima. Em 2014, tucanos apontam que o tucano solicitou e recebeu o valor de R$ 800 mil. O pagamento foi feito pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht e lançado nas planilhas de propinas em nome de "Prosador".
Houve também pedido de inquérito sobre o senador Ricardo Ferraço (ES). Eles contaram ter pago caixa 2 de R$ 400 mil para a campanha do tucano ao Senado em 2010, sob o codinome "Duro" nas planilhas da Odebrecht. Janot requereu ainda inquéritos contra Dalírio José Beber (SC). Ele teria participado de uma reunião para entabular repasse de R$ 500 mil a um aliado.
*Estadão Conteúdo