A bancada do PSOL na Câmara vai protocolar nesta quinta-feira uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer por ter indicado o nome de Alexandre de Moraes para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
O partido alega que houve "ato de desvio de finalidade" na indicação, já que Moraes é um homem de "absoluta confiança" de Temer, que foi seu ministro da Justiça e era até esta semana filiado ao PSDB.
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A representação também foi assinada por dois deputados do PT: Henrique Fontana (RS) e Paulo Teixeira (SP). Para Fontana, a indicação de um aliado de Temer para o cargo de ministro do STF é um "escárnio" e tem como objetivo interromper as investigações da Operação Lava-Jato.
Os deputados esperam que a ação consiga impedir a nomeação de Moraes para o Supremo. A confirmação da indicação só acontece após uma sabatina no Senado e a aprovação do nome pelos senadores no plenário da Casa.
O deputado petista acusou Temer de estar trabalhando em conjunto com o ministro do Supremo Gilmar Mendes para "providenciar mecanismos" que possam levar à soltura do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba.
Para ele, "um dos grandes objetivos do governo Michel Temer é exatamente bloquear as investigações contra a corrupção, porque essas investigações estão chegando ao coração de grandes partidos da política tradicional brasileira, como é o caso do PMDB, do PSDB, estão chegando ao coração de grandes interesses empresariais".
O deputado também afirmou que "todo o Brasil sabe que se Eduardo Cunha contar tudo que ele sabe, o governo Temer cai no dia seguinte". Segundo Fontana, se Moraes for nomeado ao Supremo, ele "será mais um aliado de Gilmar Mendes nesta bancada de absoluta confiança do governo Temer, do PSDB e do PMDB. É algo inaceitável o que nós estamos assistindo".