Anunciada na manhã desta segunda-feira pelo presidente Michel Temer, a intenção de construir um presídio federal no Estado atende a uma reivindicação feita pelo Piratini ao governo federal na última quinta-feira. Tão logo o cerimonial do Palácio do Planalto fechou com o gabinete do governador José Ivo Sartori a agenda para o evento no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, a Casa Civil fez uma lista de pedidos a ser encaminhada a Brasília.
No mesmo dia, Temer havia anunciado em Brasília o novo Plano Nacional de Segurança, no qual havia a previsão de cinco unidades federais de segurança máxima. Em Porto Alegre, Sartori se reuniu com os secretários de Segurança, Cezar Schirmer, e da Casa Civil, Márcio Biolchi. Juntos, eles decidiram que o Estado se candidataria a abrigar uma das penitenciárias. Em ofício enviado ao Planalto, oficializaram a reivindicação.
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Quando embarcou rumo ao Estado, o presidente já estava disposto a contemplar o pedido. Antes, porém, queria conversar com o governador pessoalmente, para ter certeza de que não haveria recuos. Por volta das 10h, quando Biolchi chegou ao parque Assis Brasil, foi avisado por um assessor de Temer de que o presidente faria o anúncio oficial. No mesmo momento, Sartori estava com Temer, sobrevoando a região alagada de Rolante. Mal Sartori desembarcou em Esteio, foi abordado por Biolchi:
– Governador, o presidente vai falar do presídio.
– Eu sei, ele me avisou no voo. Nem vou mais pedir publicamente – respondeu Sartori.
Sentado entre as autoridades na plateia, Schirmer comemorou a notícia. Há cerca de dois meses, durante encontro de secretários estaduais de Segurança realizado em Gramado, ele havia feito um pedido veemente por um presídio federal no Rio Grande do Sul, bem como o descontingenciamento das verbas do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen).
Nos últimos dias de 2016, o Ministério da Justiça enfim anunciou a liberação de R$ 44,7 milhões do Funpen, dos quais R$ 32 milhões devem ser investidos em duas novas casas prisionais. De acordo com Schirmer, as unidades devem ser construídas em São Leopoldo, onde há uma área disponível, e em Rio Grande, cujo projeto de cadeia pública já está em andamento.
– Estávamos reivindicando isso. É muito importante para o Estado e supre uma lacuna no sistema prisional – avalia Schirmer.