O presidente da República, Michel Temer, minimizou, nesta sexta-feira (7), os baixos índices de popularidade de seu governo. Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, o peemedebista disse que está mais preocupado em gerar empregos do que aumentar o seu nível de aprovação.
“Não estou minimamente preocupado com popularidade, mas sim em dar emprego e fazer política que dê emprego aos 12 milhões de desempregados. Se ao final do governo eu tiver 3% ou 4 % de popularidade e 12 milhões me aplaudirem por estarem empregados, eu estou satisfeito”, sustentou.
Em recente pesquisa realizada pelo Ibope, a gestão Temer alcançou 14% de avaliação positiva, 39% de reprovação e 34% de índice regular. O presidente ainda disse que qualquer pesquisa agora “não é reguladora do governo”, já que está há pouco mais de um mês como presidente efetivo.
Durante a entrevista, Temer também respondeu às criticas sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Teto de Gastos, cujo texto foi aprovado em comissão nesta quinta (6) e deve ir a plenário na próxima segunda-feira (10). A medida limita os gastos do governo ao valor investido no ano anterior com reajuste pela inflação.
“Saúde e educação continuarão prestigiadas. No que enviamos para 2017, você verifica que, tanto saúde como educação, tiveram aumento de verba em relação a 2016”, argumentou.
Diferente do que defendem parlamentares de oposição, Temer reiterou que a PEC trata de um teto global de gastos, e não significa que uma área específica sofrerá com corte de gastos. O presidente ainda afirmou que seu governo continuará prestigiando a população de baixa renda, lembrou do reajuste concedido em sua gestão aos beneficiários do Bolsa Família e à prioridade no programa Minha Casa Minha Vida às famílias com crianças anencéfalas.
Sobre a recente nomeação do deputado Marx Beltrão (PMDB-AL) como ministro do Turismo, Temer minimizou o fato do parlamentar ser réu no Supremo Tribunal Federal (STF) em uma ação de falsidade ideológica. O presidente disse que se trata de uma matéria administrativa, referente ao período em que Beltrão foi prefeito. “Tudo indica, pelos precedentes, que não haverá condenação”, respondeu.
Temer assegurou que não irá interferir na Lava Jato, mas criticou a forma como as delações premiadas são utilizadas: “Hoje é assim, alguém delata alguém e esta pessoa está definitivamente condenada”.
O presidente evitou responder se afastará integrantes do governo que venham a ser denunciados na Lava Jato. Afirmou que os ministros que deixaram o governo por suposto envolvimento em corrupção, como o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), tomaram a iniciativa de pedir exoneração.
Ele ainda falou acerca de sua relação com a ex-presidente Dilma Rousseff. “No plano pessoal, tenho todo respeito e consideração, nenhuma observação. No plano institucional, houve equívocos na relação”, relatou, citando seu desapontamento com a falta de prestígio do governo anterior pelo programa “Uma Ponte para o Futuro”, lançado pelo PMDB.
Por fim, Temer comentou a crise nas finanças e na segurança do Rio Grande do Sul. Garantiu que está em contato com o governador José Ivo Sartori para encontrar alternativas, mas evitou prometer recursos ou ampliar o apoio da Força Nacional de Segurança, que atualmente tem cerca de 130 agentes no Estado.